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Aramis

Livros de Vicente Athayde

Por falta de visão dos dirigentes de entidades culturais do Paraná, uma editora constituída, basicamente, de capital estrangeiro - a McGraw Hill do Brasil S/A - é quem está tendo bons lucros e prestando um válido trabalho de difusão da literatura brasileira. Há cinco anos, após Ocyrom Cunha ter financiado a edição de "A Moreninha" de Joaquim Manoel de Macedo, devidamente preparada para os estudantes do 2º grau, com fichas de leitura, notas explicativas etc., o coordenador deste cuidadoso trabalho, professor Vicente de Paula Athayde, procurou várias entidades culturais, propondo a seqüência ao projeto - com amplas possibilidades de retorno do capital investido. Athayde, 35 anos, coordenador do curso de pós-graduação em Teoria da Literatura na Universidade Católica, 5 livros publicados, só encontrou má vontade. Decepcionado com a falta de visão dos donos da cultura tupiniquim, levou sua proposta aos editores da McGraw Hill. xxx Hoje a McGraw Hill já vendeu mais de 200 mil exemplares de 36 romances de autores brasileiros, todos acompanhados de notas, fichas de leitura etc. A absorção destes volumes é tranqüila e ascendente e até 1983, sairá um total de 128 livros, cobrindo as principais obras dos 20 autores mais importantes de nossa literatura. Agora, Vicente Athayde está trabalhando nos romances e contos de Machado de Assis, mas, dentro de seu projeto, também autores inéditos, de grande valor, serão aproveitados. É o caso do catarinense Ricardo Hoffman, autor de "Catálise" e, em sua opinião uma das grandes revelações das letras, em 1977. xxx Homem organizado e intelectualmente disciplinado, Vicente de Paula Athayde divide o seu tempo entre a Universidade Católica e a coordenação de várias edições. Atualmente trabalha num livro de crítica e interpretação literária, que incluirá um capítulo de análise das histórias em quadrinhos. xxx Falando em livros, a Companhia Editora Nacional acaba de publicar importante ensaio sobre lingüistica: "Língua e Sistemas Simbólicos" de Yuen Ren Chao (Biblioteca Universitária, volume 7, 229 páginas, tradução de Maria da Glória Novak). Apesar de ser, evidentemente, um trabalho destinado a professores e estudantes universitários, seu registro é necessário: trata-se afinal de um erudito ensaio, com novo enfoque sobre os problemas de língua e linguagem - numa apreciação universal.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
26/04/1977

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