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Aramis

Madonna com marketing e as outras cantoras

A mídia funciona: há um mês que simultaneamente nos Estados Unidos e Brasil as mais nobres páginas da imprensa se ocupam do disco "Like a Prayer" da cantora Madonna, no Brasil impulsionada ainda mais pela polêmica da exibição do videoclip que provocou a ira da Igreja e foi cancelada pela Pepsi-Cola, que pretendia usá-lo como parte de uma campanha promocional - o que lhe valeu US$ 5 milhões de prejuízo, motivo para a "Veja" da semana passada dedicar duas páginas ao assunto. Assim, um disco como "Like a Prayer" (WEA), que teve lançamento em abril, dá apenas prosseguimento à carreira de uma mulher bonita, ambiciosa e que consegue ser sempre notícia - muito mais por sua vida do que por sua arte. Suas brigas com o neurótico marido, o ator Sean Penn (que a espanca habitualmente por ciúmes), filmes frustrados (em "Procura-se Susan Desesperadamente" ainda se saiu bem, mas "Shanghai Express", inédito no Brasil foi um fracasso enquanto "Quem é Esta Garota" passou desapercebido), garantem a Madonna uma posição de destaque em termos promocionais. Assim, é natural que "Like a Prayer" tenha tudo para vender bem - com faixas como "Express Yourself", "Love Song" (dividida com Prince) e "Till Death Do Us Apart" devidamente superprogramadas nas FMs internacionais. Paralelamente ao disco de Madonna, a WEA traz também duas outras cantoras - igualmente montadas em ótimos esquemas promocionais: Tiffany, após um primeiro álbum que ganhou o disco de platina quádrupla, aos 17 já é uma superstar e "Hold An Old Friend's Hand" é um eclético conjunto de canções, que vão desde o estilo rock'n roll dos anos 60 ("Rádio Romance") até a terna balada ("All This Time") ou um dueto com Chris Farren ("Heart's Never Lie"). Amaricana de Norwalk, Califórnia, Tiffany é bonita, suave e mais uma cinderela do mundo musical. Chaka Khan é a mais vigorosa deste pacote, pois já tem muitos anos de estrada: depois de uma longa ligação com o grupo Rufus e ter impressionado Stevie Wonder que para ela escreveu "Tell Me Something Good" (que ganhou um Grammy), Chaka partiu para a carreira solo há 11 anos, emplacando sucessivos sucessos e, em 1984, ganhando um novo Grammy com "I Feel For Your". Diversificando seus projetos, Chaka participou do elepê "Echoes of An Era", integrou a multiplatinada trilha sonora de "Miami Vice" (com a música "Own the Night" e do filme "White Night" e com "Higher Love" (Steve Winwood) ganhou quatro Grammy. Agora, em seu novo álbum ("C.K.", WEA), tem participações especiais como de Stevie Wonder ("I'm Yours") e o funk/rap "Sticky Wincket", escrita especialmente para ela por Prince (autor também do spiritual "Eternity"), enquanto - vejam só - o mito Miles Davis dá solos de trumpete. Em "End of a Love Affair" e "I'll Be Around" comparecem George Benson e Dave Grusin. Em "Soul T lin" está o incrível Bobby McFerrin. Se não for por Chaka, só pelos convidados o disco já merece ser ouvido. E aguardado. LEGENDA FOTO 1 - Madonna: tudo vale na promoção. LEGENDA FOTO 2 - Chaka Khan: melhorando. LEGENDA FOTO 3 - Tiffany: ascendente aos 17.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
12
16/04/1989

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