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Aramis

Madonna e Sting, o rock chega à tela

Do disco para a tela tem sido um caminho invariavelmente percorrido por dezenas de cantores que, muitas vezes, até chegam a se transformar em bons atores - de Sinatra a David Bowie. Dois últimos exemplos: Sting, do Police, visto e admirado em "Dune" - sucesso nas telas e ainda mais em video-cassete e, especialmente, Madonna, a superstar de 1985, que já está sendo visto nas telas do Rio e São Paulo em "Procura-se Susan Desesperadamente" (Desperalely Secking Susan), o segundo longa-metragem de Susan Seidelman, 32 anos (o primeiro, "Smithreens", filmado em 16mm, não teve exibição no Brasil). Sucesso ao ser apresentado em Canes. "Procura-se Susan Desesperadamente" estourou nos Estados Unidos - coincidindo com a super cobertura que Madonna ganhou nos últimos meses (capa de "Rolling Stones", "Penthouse", "Time", etc.) e a extrema badalação de seu LP "Like A Virgin" - que a WEA colocou no mercado brasileiro há alguns meses. Exemplo de produto artístico bem embalado e vendido, Madonna teve um lançamento promocional tão violento que muitos indagam se ela resistirá a um segundo tempo. O filme "Procura-se Susan Desesperadamente" é simpático e bem realizado, seu disco "Like A Virgin" vende milhões de cópias mas a seqüência é que são elas... Já Sting (Gordon Sumer, Newcastle, Inglaterra, 1949) começou a desenvolver uma carreira de ator paralelamente à escalada do grupo Police, que ele formou em 1977, do encontro com o baterista Stewart Copeland (da banda lisérgica "Curved Air") e o guitarrista Henri Padovani. Com cinco elepês gravados (e todos aqui lançados pela CBS), o Police (que em fevereiro/82 apresentou-se no Maracanazinho) ocupou um espaço na música pop, mas seus integrantes vêm fazendo carreira-solo. Sting (pseudônimo que significa ferroada, picada de agulha, ou ainda mordacidade) vem seguindo os passos de David Bowie: uma carreira musical forte e uma ascendente atuação teatral (Bowie, ex-cantor andrógeno, surpreendeu como intérprete em "O Homem Que Caiu Na Terra" e, especialmente, "Em Nome da Honra/ Merry Christmas, Mr. Lawrence", de Nagisa Oshima). O Sting musical, em seu primeiro elepê solo, está aparecendo com um instigante LP ("The Dream of The Blue Turtles", CBS), valorizado pela presença de músicos de talento - a começar pelo jazzista Branford Marsalis (sax e percussão), ao lado de Omar Hakin (bateria), Darryl Jones (baixo), Kenny Kirland (teclados). Sting, como autor, percorre muitos caminhos: desde os que têm a música negra como temática até pitadas sociais: em "We Work the Black Seam" ele aborda os trabalhadores das minas de carvão da Inglaterra chegando a atacar a primeira-ministra Margaret Thatcher. Em "Russians", volta-se aos riscos de uma hecatombe nuclear. "Moon Over Bourbon Street" foi definida por Caetano Velloso como "uma canção francesa". Nem tanto Céu, nem tanta Terra. Sting é outro exemplo de artista - desta já segunda metade de década. Mais criativo, é claro, que Madonna - mais igualmente sem nada garanta uma resistência maior. Entretanto, um e outro, por enquanto, ocupam a pole position em vendas e promoção...
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
08/09/1985

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