Mafiosos e lobos nas telas
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de março de 1991
De longe, as duas grandes estréias no cinema, hoje, são "Dança com Lobos", que marca o galã Kevin Costner ("Os Intocáveis", "Sem Saída", "Campo dos Sonhos") em sua primeira direção (além de intérprete e roteirista). O filme lhe valeu 12 indicações à estatueta dourada - e o transformou no novo "golden boy" da indústria cinematográfica. E a outra estréia mostra que Francis Ford Coppola tem ainda poder de fogo: misturando a Máfia dos negócios escusos do Vaticano (mas que não é apenas ficção, segundo alguns), a terceira parte de "O Poderoso Chefão" obteve 6 indicações ao Oscar e concorreu em sete categorias ao Globo de Ouro.
Produção complicada que consumiu US$ 55 milhões, este retorno de Coppola ao mesmo tema, naturalmente desenvolvendo o roteiro com Mário Puzzo, "The Godfather" é daqueles filmes que independente de restrições mal humoradas que parte da crítica tenta fazer (por exemplo, os americanos não perdoaram a interpretação da jovem Sophia Coppola, filha do diretor, como Mary Corleone), tem a categoria de obra bem realizada. Roteiro preciso, fotografia esmeradíssima do mestre Gordon Willies, a trilha sonora com o toque um tanto rottaniano e, sobretudo, uma montagem que conseguiu dar extrema continuidade ao imenso material filmado na Itália e Estados Unidos. No elenco, Al Pacino, Diane Keaton (Kay), Talis Shire (Conie), das fitas anteriores, mais Andy Garcia, Franc D'Ambrosio, o veterano Eli Wallach (como Don Altobelo), o ótimo Joe Mantegna, a promissora Bridget Fonda, o ex-canastrão George Hamilton e o italiano Raf Vallone (quem se lembra?). A partir de hoje, no Condor, Lido II e Palace Itália.
A Dança dos Lobos - Produção bem mais modesta que "O Poderoso Chefão", "Dança com Lobos" - custo de US$ 17,5 milhões - tem tudo para sair com a maioria dos Oscars no próximo dia 25. É dirigida por um ator cuja imagem de bom caráter o faz ser citado, como um misto de Gary Cooper e Cary Grant - Kevin Costner, 26 anos.
Embora não seja o primeiro filme a rever o posicionamento dos brancos em relação aos índios, a visão que Costner faz dos sioux neste filme que busca o máximo de honestidade antropológica (inclusive com diálogos em idiomas das próprias tribos) tem obtido unanimidade da crítica e justificando o nobre espaço que vem ocupando na imprensa mundial.
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Lamentavelmente a 20th Century Fox interrompeu a carreira de "Lembranças de Hollywood" (Cine Plaza) entrando no Plaza "Três Mulheres, Três Amores", de Donald Petrie, que tem ao menos uma atração na bilheteria: Julia Roberts. Uma comédia romântica que, poderia esperar melhor oportunidade de lançamento. Pouco acrescenta nesta semana em que as atenções ficam divididas entre os filmes de Coppola e Costner - ou então, aos que gostam de terror. "Gêmeos - Mórbida Semelhança" (Cine Luz), "Aracnofobia", agora no Bristol. E no Ritz, o belo "Avalon".
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