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Aramis

Mais uma semana de filmes alemães

Além da estréia de "Lola" de Werner Fassbinder (cine Luz) e da surpresa de um science-fiction alemão - "1997 - O Princípio da Arca de Noé" (Groff), também o Toeth Institut/Instituto Cultural Brasileiro - Germânico, promove uma Semana do Cinema Alemão, com sessões às 20h30min, na Cinemateca. Com exceção de "Fitzcarraldo", de Werner Herzog - reapresentado ontem - esta mostra traz filmes inéditos, de realizadores ainda pouco conhecidos entre nós. Por exemplo, a dupla Horst Konigstein/Heinrich Breoloer, adaptou um romance de Arnold Zweig, em "O Machado de Wandesbeck", produção de 149 minutos, 1981, com uma história que ocorre de encontro da outra: a do carrasco do Domingo Sangrento em Altona e de sua vítima, executado com mais três comunistas. Carrasco e vítima - que no romance de Zweig nunca se encontram e nada sabem um do outro - se entrechocam aqui nas duas histórias contadas paralelamente. Este filme será exibido hoje, às 20h30min. Terça-feira, 5, será apresentado "Sistema Sem sombras", de Rudolf Thome, 1983, 119 minutos. A história envolve Faber, um introvertido especialista em computadores, que se liga num caso de amor que põe em risco sua existência. Peter Lilienthal, atuante cineasta alemão mas até agora desconhecido no Brasil, é o realizador de "O Autógrafo", produção de 1983/84, baseado no romance "Cuarteles de Invierno", do argentino Osvaldo Soriano. Apaixonado pela América Latina (é amigo inclusive do cineasta curitibano Frederico Fullgraf), Lilienthal já fez quatro filmes sobre a América Latina, analisando o poder e a violência. No dia 7, quinta-feira, mais um filme realizado a quatro mãos: "Os Profissionais", 1979, de Christian Weisenborn e Michael Wulfes. O filme, de 96 minutos, acompanha o desenvolvimento da temporada futebolística alemã de 1978/79, analisando os êxitos e fracassos dos campeões mundiais Paul Breitner e Uli Hoeness. No dia 8, sexta-feira, será exibido "Lua de Novembro", 1984, de Alexandra Von Grote. O filme conta a história da judia alemã November Messinger, que imigra para Paris em 1933. Apesar de um tema já usado várias vezes na tela, merece atenção. Alexandre Kluge, outro importante cineasta alemão da nova safra, terá um filme recente (1985), - "O Ataque do Presente Contra o Restante do Tempo", exibido no próximo sábado, dia 9. É um filme sobre cinema: no outono de 1939, em Varsóvia, um casal de zeladores protege o patrimônio da história cinematográfica polonesa nos estúdios vazios. A filha do casal entrega-se a um soldado alemão. Kluge procura mostrar a superficialidade das pessoas, chefes apressados e poderosos que não têm tempo para exercer seu poder. Finalmente, também no sábado, mas às 15 horas, um vídeo: "No Ventre da Baleia", de Doris Dorrie, 97 minutos, produção de 1984. Conflitos familiares num tratamento bem atual. LEGENDA FOTO - Rudolf Thome é o diretor de "Sistema Sem Sombras", um dos inéditos filmes do cinema alemão a serem apresentados na Cinemateca.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Cinema
7
03/08/1986

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