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Aramis

Maomé, Alá & as Mulheres

Exatamente 1.365 anos após ter sido revelado ao profeta Maomé, os brasileiros têm oportunidade de conhecer o livro sagrado dos muçulmanos: O Alcorão. Numa tradução diretamente do árabe, feita por Samir El Hayek, num trabalho de vinte anos, esta edição do "Alcorão Sagrado" (Tangara-Expansão Editorial, Distribuição da Catavento, 491 páginas, Cr$ 75,00) chegou ontem na livraria Nova Ordem (Rua General Carneiro, 415), que em poucas horas vendeu uma dezena de exemplares. Afinal, o "Alcorão" é um livro mitológico, pelos ensinamentos que traduz e mesmo pelas citações que a seu respeito vêm sendo feitas há mais de mil anos. Na didática apresentação de 17 páginas, Abdalla Abdel Chakur Kamel, diretor do Centro Islâmico da América Latina, lembra que "o Alcorão é a Palavra de Deus, o Altíssimo, revelada por Maomé, e apresenta-se como um evidente nascimento histórico, dada a paulatinidade com que foi revelado ao Apóstolo de Deus - Que a paz esteja com ele! - bem como a profunda transformação estrutural dos povos árabes. Estando o Profeta retraído em adoração no Monte Hira, próximo a Meca, deu-se a revelação do primeiro versículo: "Lê em nome de teu Senhor que (tudo) criou; criou o homem de um coágulo. Lê que teu Senhor é Generoso, que ensinou o uso do cálamo, ensinou ao homem o que este não sabia". A primeira revelação do Alcorão deu-se há 1.364 anos, no mês de Ramadã no ano 1º da Missão, ou seja, agosto de 610 D.C. Deu-se por intermédio do anjo Gabriel, que apareceu ao Profeta e lhe transmitiu o Alcorão, surata por surata, versículo por versículo, para que ele o transmitisse aos árabes e aos humanos em geral". O Alcorão foi documentado durante a vida do Profeta por escribas, aos quais ele o ditava, sendo que estes o registravam em pedaços de couro, em tolhas de tamareiras e em pedras polidas. O número desses escribas alcançou, em Meca e em Medina, o total de 43. O Profeta não tinha possibilidades de escrever o que lhe era revelado, uma vez que era iletrado. A revelação deu-se em Meca e em Medina e entre ambas; por isso, as suratas são divididas em duas partes: as reveladas em Meca, antes da Hégira, e as reveladas em Medina, depois de Hégira. O número total de suratas é de 114, dividas em trinta livros. Das quartas Suratas, 176 versículos são dedicados às Mulheres, para os ocidentais, em termos gerais, as mais curiosas. No terceiro versículo, está a autorização que tantos invejam dos muçulmanos: "Se temerdes ser injustos com as órfãs, podereis desposar duas, três ou quatro das que vos aprouver entre outras mulheres". Mas se temerdes não poder ser eqüitativos para com estas, casai, então, com uma só, ou conformai-vos com o que está ao alcance de vossas mãos. Isso é mais adequado para evitar que cometais injustiça". O versículo 34 deve irritar bastante as líderes feministas: "Os homens são os encarregados das mulheres, porque Deus os preferiu a elas e porque eles as sustentam de seu pecúlio. As boas esposas são obedientes, conservam seu pudor na ausência dos esposos em cumprimento à ordem de Deus. Quanto àquelas, de quem suspeitais deslealdade, exortai-as e vedai-lhes vossos leitos; e se persistirem, castigai-as; porém, se vos obedecerem, não as provoqueis. Sabeis que Deus é Excelso, Notabilíssimo". Aos descrentes da palavra de Alá, as ameaças são terríveis. Leia-se no versículo 56: "Quanto àqueles que negam Nossos Versículos, introduzí-los-emos no fogo infernal. Cada vez que sua pele se tiver queimado, trocá-la-emos por outra, para que experimente mais e mais o suplício. Sabei que Deus é Poderoso, Prudentíssimo". O mexerico, uma instituição que os machistas atribuem ao sexo feminino, também merece uma observação de Alá, transmitida ao seu Profeta: Maomé. No versículo 83, está escrito: "Ao tomarem conhecimento de qualquer rumor, que seja de tranquilidade ou de temor, divulgam-no espalhafatosamente. Porém, se o transmitissem ao Apóstolo ou às suas autoridades, os discernidores entre eles saberiam discriminá-lo. Não fosse pela bondade de Deus e pela sua Misericórdia para convosco, salvo muito poucos, teríeis todos seguido Satanás".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
17/04/1975

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