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Aramis

Maurício, o nosso Disney brasileiro

Três décadas e meia após o pioneiro Anélio Latini Filho ter realizado, a custa de imensos esforços e sacrifícos que se estenderam por meses, o primeiro desenho em longa-metragem do cinema brasileiro - "Sinfonia Amazônica", que estreou em 1953, o cinema de animação em nosso país tem hoje um nome do maior prestígio: Maurício de Souza. Ex-repórter policial da "Folha da Manhã", exemplo de self-made man Maurício está para o desenho animado no Brasil como Walt Disney (1901-1966) esteve para este gênero de entretenimento nos Estados Unidos: o artista que ultrapassando a simples criação desenvolveu a estrutura empresarial para massificação de seus personagens. DE BIDU À GRANDE FAMÍLIA SOUZA - Da primeira tira publicada na "Folha da Manhã", em 1959 - e o personagem era o cãozinho Bidu - a uma centena de personagens que hoje se distribuem ao redor de várias "Turmas", passaram-se 27 anos de muito trabalho e dedicação. A publicação de seu primeiro trabalho na "Folha" foi a partida de um fluxo ininterrupto de mais de uma centena de personagens, reunidos em famílias das quais as mais importantes são as Turma da Mônica, Turma do Chico Bento, Turma do Horácio, Turma do Pelezinho, Turma da Tina, Turma da Mata e, naturalmente, a Turma do Bidu - o personagem que significa para Maurício de Souza o que Mickey Mouse era para a Disney: o primeiro herói dos quadrinhos. Das pequenas tiras dos jornais, surgiu um mini-império que envolve hoje revistas em quadrinhos, campanhas publicitárias, merchandising, promoções e desenho animado - além de projetos maiores como a Monicaland ainda em fase de projeto. As revistas em quadrinhos atingem uma média mensal de 1,5 milhão mensais, com quatro títulos: "Mônica", "Cebolinha", "Cascão" e "Chico Bento". Alguns personagens, como a Mônica, fazem sucesso internacional, da Argentina à Grécia. Na área de merchandising, 100 contratos possibilitam a fabricação de mais de 3 mil itens, que vão de roupas a brinquedos e produtos de higiene. Na área de promoções, são realizados pequenos shows com os personagens mais conhecidos, com atores usando máscaras. Na área de desenho animado Maurício de Souza está jogando forte - por acreditar nas possibilidades do mercado. Depois de dois longa-metragens com a Turma da Mônica, "As Aventuras da Turma da Mônica" e "A Princesa e o Robot" e de duas co-produções com "Os Trapalhões no Rabo do Cometa" e "Os Trapalhões no Reino da Fantasia", surge agora AS NOVAS AVENTURAS DA TURMA DA MÔNICA, onde Maurício não perde de vista a sua mensagem universal de alegria e comunicação. Uma mensagem que não nasceu por acaso, mas é resultado de anos de observação e, principalmente, da sensibilidade de um artista que confia no futuro e nas pessoas, além das barreiras sociais, ideológicas e geográficas. Uma mensagem criada com muito cuidado e amor, pois é dirigida ao público mais exigente do mundo: a criança.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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23/10/1986

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