Menescal, o homem da Bossa Nova, no Paiol
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de junho de 1990
Há pouco mais de um ano, quando Nara Leão já se encontrava gravemente doente, a Fundação Cultural de Curitiba/Secretaria Municipal da Cultura, irresponsavelmente andou anunciando aos quatro ventos que a querida cantora aqui viria fazer uma temporada no Paiol. Nara surpreendeu-se quando soube do uso que estavam fazendo de seu nome pois, na época, já havia cancelado qualquer apresentação - embora convites não lhe faltassem.
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Agora, às vésperas do primeiro aniversário de sua morte - 7 de junho próximo (mesmo dia que morreu o poeta Paulo Leminski), acontece neste fim-de-semana um espetáculo de Bossa Nova que, de certa forma, é uma homenagem a madrinha morena daquele movimento: o violinista, compositor, produtor e que foi o maior amigo de Narinha, Roberto Menescal, 52 anos, pela primeira vez apresenta-se num palco em Curitiba, dividindo um show com a cantora Leila Pinheiro, de Belém do Pará.
Foi, aliás, Menescal quem produziu o novo elepê de Leila, com o repertório voltado a Bossa Nova e animou-se a dividir com ela alguns shows. O competente Gersinho Bentenez, a cuja competência se deve o renascimento artístico do Paiol (se não fosse seu bom relacionamento, aquela casa continuaria às moscas), está, carinhosamente cuidando desta mini-temporada de Menescal e Leila, que deve lotar nas três noites.
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Roberto Menescal é uma das pessoas mais importantes da Bossa Nova, participante do movimento desde seus primórdios. Como músico, compositor (suas parcerias com Ronaldo Boscoli é histórica) e, durante muitos anos o grande diretor artístico da Polygram, ele tem muito a contar.
Merece ser aplaudido - independente do talento da cantora Leila, que com ele está no Paiol - como a grande personalidade de nossa MPB.
Triste é pensar que o ideal seria vê-lo ao lado da inesquecível Nara Leão!
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