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Aramis

A mulher & o teatro

Uma das mulheres mais notáveis do teatro brasileiro, a diretora, atriz e crítica Luiza Barreto Leite, retornou ontem a Guanabara após passar cinco dias em Piraquara, na chácara de sua sobrinha Dudu, de onde só saiu para assistir a peça "O Elevador" e conhecer o caminhão teatro da Fundação Cultural, temas de seus próximos artigos no "Jornal do Comércio", da qual é crítica há 10 anos. Com 37 anos de vida teatral, tendo iniciado seus passos ao lado de Oswald de Andrade (1890-1954) e Mário de Andrade (1893-1945), num trabalho experimental que pretendia ser, no palco, uma seqüência a Semana de Arte Moderna (1922), Luiza foi ao lado de Jorge de Castro e do pintor Santa Rosa (1909-1956), a fundadora do grupo "Os Comediantes", em 1938, da maior importância dentro do teatro brasileiro. E a partir de então, nunca mais se afastou do teatro - seja como atriz (embora com pouca atuação profissional), diretora crítica e professora, como faz até hoje, lecionando Dramaturgia e Interpretação para Diretores na Escola Martins Pena, no Rio. xxx Agora Luiza está entusiasmada com a possibilidade de voltar a dirigir um espetáculo profissional: ao comparecer na festa dos 60 anos do cine Íris ("A primeira sessão de cinema"), teve a idéia de montar um espetáculo que contasse a história do Rio de Janeiro através de música, que levada ao Secretário da Educação da GB teve boa acolhida. "E será muito oportuna agora que o Rio terá sua quarta transformação político-administrativa", explica Luiza, que pretende fazer do espetáculo um grande painel sonoro da cidade. xxx Atualmente Luiza está trabalhando num livro onde vai expor "o método psicanalítico de direção", com edição já garantida pelo Serviço Nacional de Teatro. Luiza quer acabar com a idéia do teatro-neurose: "O importante é que o diretor e o ator livrem-se primeiro de seus diabos interiores para desenvolver trabalhos conscientes para o público". Seu método tem obtido a maior repercussão internacional, pois em sua recente excursão a Europa - acompanhando o espetáculo "Rei Momo" de César Vieira, ao Festival de Teatro de Varsóvia, e depois a Iugoslávia, Itália e França, pode discutir o assunto com muitos encenadores - que se entusiasmaram com suas proposições. LEGENDA FOTO - Luiza
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
21/06/1974

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