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Aramis

Música

Há dois anos, quando esteve no Rio de janeiro, como convidado de honra do Festival Internacional da Canção, Ray Conniff fez declarações bastante infelizes com relação a nossa música popular, afirmando desconhecer qualquer compositor brasileiro, inclusive Antônio Carlos Jobim, na mesma época em que Tom (para não falar em Sérgio Mendes e outros) estourava nas paradas de sucesso nos EUA. E tais afirmações tornavam-se ainda mais desagradáveis partindo de um maestro-regente que há 20 anos desfruta de um público imenso em nosso país, que nunca deixou de adquirir seus álbuns, desde os primeiros lançamentos da série "S" (Wonderful-Marvelous-Awful Nice-Hollywood-Broadway). Aliás, o público de Conniff é bem definido: uma parcela entre a sofisticação da classe alta mais exigente (que prefere os clássicos, o jazz ou a MPB autentica) e o público jovem, ligado a música elétrica dia anos, 60. Um público classe média, hoje na faixa dos 30-35 anos, e que em sua adolescência aprendeu a admirar Conniff, com seus arranjos açucarados para vozes, cordas e metais, sem qualquer improvisação, embora Ray Conniff tenha sido trombonista em algumas orquestras semi-jazzísticas nos anos 40 (artie Shaw, Bib Crosby e Bunny Berigan). "I Can See Clearly Now" (CBS, 137800), não se diferencia em nada dos múltiplos álbuns anteriores de Connoff e seus cantores. Sucesso do momento em arranjos suaves. Uma easy music bem cor de rosa: "Bem", "Summmer Broeze", "Clair", "I Bellieve In Music", "If I CouldReach You", "Something`s Wrong With Me" , "I Am Woman", "I Can See Clarly New" etc. Mas o seu público fiel já está procurando com insistência o lp e a fita. Afinal, para back-ground de um momento de amor não há indicação melhor.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
22/04/1973

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