Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de fevereiro de 1974
Em sua excelente coleção "Grandes Intérpretes-Música Popular Brasileira", a RCA lança o lp "Linda e Dircinha Batista (Canden, 107.0159), esmerada produção em homenagem a duas artistas que criaram tantos inesquecíveis sucessos carnavalescos. Conta o lúcido J. L. Ferrete que ambas nasceram em São Paulo: Linda (Florinda Grandino de Oliveira) em 1919 e Dircinha (Dirce Grandino de Oliveira), em 1922. Filhas do então famoso ventríloquo, ator, cantor e compositor Batista Júnior (João Batista de Oliveira Jr.), (1880-1943), só usaram São Paulo para vir ao mundo. Com poucos meses de idade já estavam no Rio, que era onde seu pai trabalhava. Começaram a cantar muito cedo de Linda, por exemplo, aos 10 anos, já tocava violão acompanhando a irmã menor, Dirce, que aos 8 anos (1930) fazia sua primeira gravação na Columbia, interpretando, do pai, as canções "Borboleta Azul" e "Dircinha". Aos 9 anos, Dircinha já era artista da Rádio Cajuti, e, logo a seguir, ao lado do pai, atuava na Rádio Clube (hoje Mundial). Quanto à Linda, sua vez de estrear foi em 1932, na Rádio Sociedade. São portanto mais de 40 anos de carreira destas duas irmãs, impossível de ser sintetiza num texto de 20 linhas. Mas uma visão panorâmica dos momentos mais expressivos está neste importante lp da Victor, gravadora a qual estiveram ligadas quase toda a vida. No lado A, dedicado a Linda Batista, temos os seus maiores sucessos: "Enlouqueci", "Nega Maluca", "Madalena", "Vingança" (o clássico de Lupiscínio Rodrigues), "Risque" e "Chico Viola".
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