Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de janeiro de 1974
Saindo de uma fase de ostracismo em termos de produção e qualidade, a RCA Victor lançou no ano passado a coleção "Música Popular Brasileira-Grandes Autores", através da Canden, que reeditando grandes sucessos do passado, veio completar o trabalho da série Documento, com o registro hoje das vozes de nomes famosos (como Nelson do Cavaquinho, Synval Silva, Ismael Silva e João de Barro). Pela série "Grandes Autores", temos agora o importante lp de Oswaldo Santiago, 72 anos, poeta publicado desde os 21 (época em que se lançou com o livro "No Reino Azul das Estrelas"), pernambucano e que antes de se firmar como inspirado letrista, com "Melodia de Amor", cuja partitura era do também estreante e pernambucano Nelson Ferreira (gravado no mesmo ano por Alda Verona) já editava livros de versos, crônicas e ensaios. No ano seguinte, já no Rio, Oswaldo fez os versos para o "Hino a João Pessoa" (música de Eduardo Souto e gravação de Francisco Alves), um sucesso e que lhe deu um emprego na prefeitura do então Distrito Federal. Mas foi só 6 anos depois que faria o maior sucesso: a gravação de "Italiana" por Carlos Galhardo (música de José Maria de Abreu-Paulo Barbosa). Outros parceiros viriam - inclusive para música carnavalesca, destacando-se 3 sucessos: "Lig Lig Lé" (1937), "Tirolesa" (1938) e "Eu Não Posso Ver Mulher" (1941). Hoje dedicando-se exclusivamente a defesa dos direitos autorais, Oswaldo Santiago merece agora esta justa homenagem de Canden, com suas melhores criações nas vozes de Carlos Galhardo ("Italiana", "Lenda Árabe", "Madame Pompadour", "Cortina de Veludo", "Torre de Marfim", "Vela Branca Sobre o Mar" e "Roleta da Vida"), Castro Barbosa ("Lig Lig Lé"), Gastão Formenti ("Jóia Falsa" e "Eternamente") e Vicente Celestino (foto) ("Viver para te Amar" e "A princesa e a Rosa").
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