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Aramis

Música

Jerry Adriani (foto) apareceu mais ou menos na mesma época em que Roberto Carlos começara no programa "Jovem Guarda" (65-66). Modificando seu nome (Jair Cruz), especializando-se em versões, o jovem conseguia transformar-se de modesto office-boy em um dos cantores jovens de agrado de uma faixa do público classe "c" e "d", principalmente meninas de 12 a 20 anos. Se Roberto Carlos obteve o reconhecimento de um público mais sofisticado (que não poderia deixar de "aceitar um compositor-cantor que consegue vender um milhão de discos). Jerry Adriane não teve a mesma sorte: uma espécie de "partido teio" (embora seja jovem boa-pintal) da Jovem Guarda, seu público localiza-se entre as classes menos favorecidas, entre as meninas-moças de bairro e do Interior, daquelas que não podem comprar um disco, mais dispões de tempo para escrever aos programas de rádio tipo "atendendo o convite" e em cartas repletas de erros mas cheias de sinceridade entre exclamações de amor ao artista e ao apresentador do programa, solicitam os seus "últimos sucessos". Assim, talvez este seu novo disco (CBS, 137786, novembro-72) provavelmente não venderá muito, mas vai acontecer bastante: o público de Jerry é fiel e já que não pode entender as músicas do original, adora as versões que Rossini Pinto faz para ele dizer palavras românticas em músicas "Como pude amar-te tanto" (Sunday), "Podemos falar" (How Does It Feel), "Andarilho Triste" (Vagabundo vuelve), "O que posso eu fazer" (What Am I Conna Do) entre outras. Ouvindo-se Jerry, nos lembramos do filme "Opinião Pública" de Arnaldo Jabor, onde ele era entrevistado e dizia: "O Jair morreu, o Jerry nasce e eu nem tive tempo de entender esta transformação".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
19/01/1973

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