Música
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de janeiro de 1973
Jerry Adriani (foto) apareceu mais ou menos na mesma época em que Roberto Carlos começara no programa "Jovem Guarda" (65-66). Modificando seu nome (Jair Cruz), especializando-se em versões, o jovem conseguia transformar-se de modesto office-boy em um dos cantores jovens de agrado de uma faixa do público classe "c" e "d", principalmente meninas de 12 a 20 anos. Se Roberto Carlos obteve o reconhecimento de um público mais sofisticado (que não poderia deixar de "aceitar um compositor-cantor que consegue vender um milhão de discos). Jerry Adriane não teve a mesma sorte: uma espécie de "partido teio" (embora seja jovem boa-pintal) da Jovem Guarda, seu público localiza-se entre as classes menos favorecidas, entre as meninas-moças de bairro e do Interior, daquelas que não podem comprar um disco, mais dispões de tempo para escrever aos programas de rádio tipo "atendendo o convite" e em cartas repletas de erros mas cheias de sinceridade entre exclamações de amor ao artista e ao apresentador do programa, solicitam os seus "últimos sucessos". Assim, talvez este seu novo disco (CBS, 137786, novembro-72) provavelmente não venderá muito, mas vai acontecer bastante: o público de Jerry é fiel e já que não pode entender as músicas do original, adora as versões que Rossini Pinto faz para ele dizer palavras românticas em músicas "Como pude amar-te tanto" (Sunday), "Podemos falar" (How Does It Feel), "Andarilho Triste" (Vagabundo vuelve), "O que posso eu fazer" (What Am I Conna Do) entre outras. Ouvindo-se Jerry, nos lembramos do filme "Opinião Pública" de Arnaldo Jabor, onde ele era entrevistado e dizia: "O Jair morreu, o Jerry nasce e eu nem tive tempo de entender esta transformação".
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