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Aramis

Na Companhia das Letras, o caminho da melhor leitura

Com a edição de "Esta Valsa é Minha", de Zelda Fitzgerald - a dramática esposa de Francis Scott Fitzgerald, e que mesmo antes de chegar às livrarias começa a merecer simpáticos comentários, surge uma nova editora: Companhia das Letras. Com a experiência de oito anos na Brasiliense, que ajudou a se transformar na segunda maior editora do Brasil, Luiz Schwarz, 29 anos, decidiu ter sua própria casa publicadora, que vai lançar, numa primeira etapa, principalmente autores estrangeiros - de primeira linha. xxx Formado em administração de empresas, Schwarz revelou-se como o grande diretor editorial da Brasiliense, ali criando coleções como Primeiros Passos, Tudo é História, Encanto Radical e Circo de Letras, que aproximaram a autora sisuda e conservadora Brasiliense, em sua linha marxista, de uma nova geração de leitores ansiosos em saberem das coisas. Lançando autores considerados malditos, fazendo traduções de escritores da geração beat e transformando mesmo obras difíceis em textos com bom merchandising, Schwarz muito ajudou a Caio Graco Prado a subir no pódio editorial. Deixando a empresa, em abril último, Luiz Schwarz associou-se a uma empresa de sua família - Cromocart Artes Gráficas (produtora de cartões, adesivos e papéis de presente) e, com sua visão do mercado editorial e confiança na ascensão do público leitor que exige cada vez mais trabalhos de melhor qualidade, adquiriu os direitos de obras de mais de duas dezenas de autores importantes - embora alguns ainda pouco conhecidos no Brasil. xxx Os primeiros lançamentos da Companhia das Letras incluem um ensaio de Edmund Wilson ("Rumo à Estação Finlândia"), o último romance de Bernard Malmud ("A Graça de Deus") e, naturalmente o romance de Zelda Fitzgerald. Programados também no primeiro pacote, poemas de W.H. Auden (traduzidos por João Moura e José Paulo Paes), ensaios de Augusto de Campos ("O Anticristo") e Marilena de Souza Chauí ("Nervura do Real - a liberdade em Spinoza"), o curioso "A Moda no século XIX" de Gilda de Melo e Souza, uma biografia de Dashiell Hammett, escrita por Diane Johnson e "Tudo que é sólido desmancha no ar", de Marshall Berman, o cult-book da nova esquerda americana. Um livro sobre a modernidade que parte de Goethe, para chegar na vanguarda artística de nossos dias, fazendo escolas em Marx, Baudelaire, Dostoiévski e outros.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
04/10/1986

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