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Aramis

Na flauta de Odette Dias as belas sonatas de Bach

Enquanto o curitibano Norton Morozowicz, ex-primeiro flautista da Sinfônica Brasileira, hoje regente da Orquestra de Câmara de Blumenau, faz sua excursão pelos Estados Unidos, outra grande flautista brasileira, Odette Ernest Dias, de Brasília, acaba de gravar um álbum duplo com as Sonatas de Bach. Em registro ao vivo, na Sala Martins Pena do Teatro Nacional de Brasília, em novembro de 1987 - e agora lançado nacionalmente, com apoio da Fundação Cultural do distrito Federal/ Universidade de Brasília - este precioso álbum traz as oito Sonatas de Bach para flauta e piano - com os teclados a cargo de Elza Kazuko Gushikem, com quem Odette Ernest Dias já fez várias gravações. No disco dois, a "Sonata em Dó Maior" é apresentada em versão para flauta e violão, com a participação do filho de Odette, Jaime - jovem virtuose em início de carreira com grande projeção. E a "Sonata em Lá Menor" foi registrada em flauta solo. xxx Parisiense, Odette Ernest Dias foi solista da Orquestra de Câmara da ORTF e uma das fundadoras do Quatuor Instrumental de Paris. No Brasil há 36 anos, integrou a Sinfônica nacional até se transferir para Brasília, onde exerce intensas atividades artísticas. Com a pianista Elza Kazuko Gushiken, discípula de Menininha Lobo, primeiro prêmio no Concurso Arsenis, em 1965, tem feito várias gravações, como "Recital", "Sarau Brasileiro" (editado pela Eldorado) e, há três anos, o documental álbum "Afinidades Brasileiras", no qual revelou as obras do compositor belga Mateus-André Reichert (1830-1880), que veio para o Brasil a convite de D.Pedro II, teve um período de glória como músico da corte, mas acabou morrendo como indigente. Sua obra praticamente foi esquecida até que Odette Ernest Dias, em pesquisas feitas no Rio de Janeiro, França e Bélgica, reuniu material editado, por ela gravado num belíssimo álbum de capa dupla, encarte em francês e português, lançado pela Editora da Universidade de Brasília. Odette também fez uma "Pequena História da Flauta" - inicialmente como produção independente, posteriormente lançada pelo Estúdio Eldorado - que se constitui em verdadeiro documento sonoro.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
09/07/1988

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