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Aramis

Na Praça Osório, Caixa fará de graça um teatro para Curitiba

O futuro Teatro Municipal ocupará uma área que, há exatamente 40 anos, foi a primeira sede da editora "O Estado do Paraná". Quando o empresário Aristides Mehry, capitaneando um grupo de paranaenses, fundou este jornal, a primeira sede foi um velho prédio na Praça Osório, com entrada pela Avenida Vicente Machado. Ali, durante algum tempo - até a transferência para a primeira sede própria, na Rua Barão do Rio Branco, 550 - a redação e oficinas, com uma equipe jovem e renovadora, fez surgir o jornal que, a 17 de julho próximo, completará seu 40º aniversário. Pois ao menos numa parte deste terreno, se as negociações entre a Prefeitura e a alta direção da Caixa Econômica Federal caminharem bem, se erguerá, dentro de alguns anos, um moderno teatro de 904 lugares. O projeto original, elaborado por Rafael Dely, 50 anos - com ajuda de seus colegas Fernando Popp e Aurélio Santana, do Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba, já está pronto. Para que as primeiras negociações andassem, é justo que se fale de quem muito se empenhou - o arquiteto Manoel Coelho, na época secretário de Desenvolvimento Urbano (função que deixou há alguns meses, para reassumir a direção do Curso de Arquitetura da UFPR). Juntamente com o engenheiro Hélio Rodrigues, da Caixa Econômica, Coelho - com sua habilidade e competência, iniciou os entendimentos que agora estão sendo tratados pelo Ippuc. xxx Um dos últimos grandes terrenos livres na parte mais valorizada do centro da cidade - os 4 mil metros quadrados entre a Praça Osório, Ruas Visconde de Nacar / Comendador Araújo / Vicente Machado, e na qual pouco mais de 50 funcionários espalham-se por três importantes setores (Programa de Integração Social, Seguro Desemprego e Carteira de Crédito Educativo) - poderá dar lugar a um prédio de mais de 25 mil metros quadrados. Embora o coeficiente de construção seja de apenas seis vezes a área existente, a Prefeitura vai liberar a edificação de uma torre de 25 andares - em troca da construção e doação de um moderníssimo teatro - já denominado de "Municipal". Evidentemente que a operação, embora envolvendo o município e a Caixa, poderá ser feita através da iniciativa privada - interessada no privilegiado ponto para construir um grande prédio - especialmente destinado a escritórios. A poucos metros, existirá a tão propalada Rua 24 Horas - em fase de execução mas que, pelo ritmo das obras, dificilmente será inaugurada dentro do festival de comemorações dos 298 anos de Curitiba, neste final de mês. xxx Possuindo já vários espaços - Teatro Paiol, Auditório Antônio Carlos Kraide, no distante Centro Cultural do Portão, o minúsculo Teatro da Galeria Júlio Moreira (asfixiante e com pouquíssimos recursos técnicos), a Fundação Cultural sonha em administrar mais um teatro - um espaço com 900 lugares - que preencheria uma faixa de demanda de espetáculos que não conseguem vagas no Teatro Guaíra. O Teatro José Maria dos Santos - ex-da Classe (que alguns inimigos gratuitos do grande ator insistem em recusar a dar o seu nome oficial) é ainda um sonho distante: embora se tenha anunciado a liberação de recursos de Cr$ 50 milhões para suas obras, o que continua a existir na Rua 13 de Maio é apenas um imenso buraco - alagado quando chove - cercado de paredes que ameaçam cair.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
10/03/1991

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