Login do usuário

Aramis

Na trilha dos contos

Além de ator, roteirista e diretor, Woody Allen é o melhor compositor para as trilhas sonoras de seus filmes. Afinal, é um excelente clarinetista que nas noites de segunda-feira, no Michael's Pub, um simpático restaurante novaiorquino, integra-se à mini big band que ali atua - e à qual assistimos em março do ano passado. O bom gosto musical de Allen faz com que a escolha dos temas para cada um de seus filmes seja perfeita - embora, discretamente, busque o assessoramento de Dick Hyman para costurar os diferentes temas, fazer ligações sonoras e mesmo compor algumas vinhetas. Resultado: as trilhas de seus filmes encantam tanto quanto as imagens. Na trilha de "New York Stories" (edição original da WEA/Musician; no Brasil lançada pela Barclay/Victor), sem dúvida os quatro temas de "Odeipus Wrecks" são os mais facilmente comunicativos: Frankie Carle interpretando "I Want a Girl" (Just Like the Girl That Maried Dear Old Dad) (William Dillon/Harry von Tilzer), o clássico "All the Things You Are" (Kern/Hammerstein) com Bernie Leightam; o sensível "I've Found a New Baby" (Jack Palmer/Spencer Williams) na interpretação de Wilbur de Paris, cuja orquestra também executa o quarto tema - "In a Persian Market" (Alber Ketelbey). Carmine Coppola, pai de Francis, entrou apenas na coordenação e regência de "Twinkletwinkle" - originalmente um antigo tema do folclore turco, deixando as três outras músicas de "Life Without Zoe" para um som mais jovem, de acordo com o espírito da história escrita por sua neta, Sophia: "People Will Talk" e "Zoe", escritas por August Darnell e interpretadas pelo grupo Kid Creole and the Coconut e "Back to School", de Alex Garvin, com o Pianosaurus. Já Martin Scorcese em "Life Lessons" revitaliza um sucesso do início dos anos 60, explorando ao máximo a trilha: "A Whither Shade of Pale" (Keith Reid/Gary Brooker) com o grupo Procol Harum. Mas três outros temas também entraram apropriadamente na costura sonora de seu sketch: "Sex Kick" (Netch Christian Sayer) com um anônimo "Transvision Vamp" (?), o standart "What Is This Thing Called Love?" (Cole Porter), com a história The Hot Club of France com os violinistas Django Reinhardt e Stephane Grapelli e, encerando, "Like a Rolling Stone", com Bob Dylan. Precisa mais para justificar a compra do disco?
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
6
28/01/1990

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br