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Aramis

Nara, com ternura

Junto com seu marido, o estatístico Paulo Rezende Lima, 36 anos, gaúcho mas que desde os 18 dias de idade morou no Rio, Nara Leão passou dois dias em Curitiba. Ao invés de fazer shows - que lhe cansam e desagradam -, Nara aceitou a proposta da Polygram para, junto com Paulo Guerra, diretor-geral de promoção, percorrer as principais capitais brasileiras. Há 16 anos na Polygram, mais de 20 elepês gravados (o último << Com Açúcar, Com afeto >>, saiu há poucas semanas), Nara tem um marketing único no Brasil. em badalações pessoais, procurando sempre uma vida discreta, Nara possui, entretanto, um público fiel que a acompanha desde quando, ainda sem gravar, já era a chamada << Musa >> da bossa nova. O aprendizado político dos anos 60, uma colocação e valorização de compositores até então marginalizados (Zé Keti, João do Valle, carlota, Elton Medeiros), fez com que Nara sempre se colocasse numa posição especial dentro do panorama musical-social-político. Se gravou << Opinião >> em 64 quando ninguém ainda valorizava os hoje, finalmente, reconhecidos compositores do morro (Nélson Cavaquinho, por exemplo, hoje disputadíssimo por bilionário cantoras, teve uma de suas primeiras músicas, << Luz Negra >>, lançada por Nara, em seu histórico primeiro elepê, com o qual Aloysio de Oliveira inaugurou a Elenco, há 16 anos passados), Nara também não deixou de gravar, recentemente, Roberto & Erasmo Carlos. Uma intérprete das mais conscientes, que, agora apenas se dedicando a gravar um elepê por ano, vê não só o seu público permanecer fiel - como aumentar com novas gerações identificando-se e aprendendo a amar e compreender as músicas que ela, tão honestamente, escolhe para interpretar.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
09/05/1980

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