No campo de batalha
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 27 de agosto de 1987
Segunda-feira, pela manhã, o advogado Leonel Amaral, ex-diretor administrativo da Fundação Teatro Guaíra, comunicou ao seu colega, Dalio Zippin Jr., que dispensava seus trabalhos profissionais. Fazendo algumas alegações, Amaral disse que preferia trocar de advogado para defendê-lo no processo de corrupção que responde. Mostrando-se confiante, acrescentou que a política dá muitas voltas e ele está tranqüilo: espera ainda ter seus dias de retorno após este período em que curte a posição de réu.
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Só que para sair da cadeia, Leonel Amaral teve que reunir exatamente Cz$ 1.644.000,00 - valor corrigido da importância inicialmente de pouco mais de Cz$ 700 mil, objeto da comissão de inquérito que o incriminou administrativamente. O contador Ogier Thadeu Jr., teve que devolver Cz$ 247.000,00 e outro ex-funcionário do Guaíra, José Schlesting Jr., foi obrigado a repor ainda uma soma maior: Cz$ 544.000,00. No total, a conta da Fundação Teatro Guaíra no BANESTADO foi reforçada com quase Cz$ 2.500.000,00.
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O Superintendente Constantino Viaro vai aguardar orientação jurídica para saber se estes recursos poderão ser movimentados. Legalmente, pertencem ao Guaíra - uma vez que corresponde a receitas que, originalmente, deveriam ter sido aplicadas há mais de um ano. Com bom humor, Dalio Zippin Filho comentava segunda-feira: "O René (Dotti) até me agradeceu: agora o Guaíra tem uma receita para poder fazer alguma coisa. Afinal, este dinheiro iria ser gasto na administração anterior".
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Ainda no Guaíra: terça-feira, bem cedo, Constantino Viaro expôs ao governador Álvaro Dias um bom plano que vem desenvolvendo para a implantação de miniteatros/bibliotecas, em pequenas cidades. Construídos em madeira, sem luxo, mas bem equipados, cada teatro custará ao redor de Cz$ 2 milhões - "menos do que o que pedem por um projeto para teatros suntuosos" comenta Viaro, superintendente do Guaíra - homem de idéias práticas e que em menos de 6 meses de trabalho, vem mostrando sua capacidade gerencial na frente de uma das unidades de mais complexas administrações do setor cultural.
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A bela Maria Teresa Berger, primogênita do ator Aristeu Berger, interrompeu por algum tempo seus planos de fazer teatro: com seu tipo sensual ibérico, lembrando a terrível Carmen, vem fazendo danças de flamenco e promete para breve uma apresentação especial num dos bares da moda da cidade. Atualmente, ao lado da polonesa Sandra Schim, está cuidando da promoção do grupo T'Ai Ballet, que se apresenta na noite de hoje no SESC da Esquina.
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O T'Ai Ballet, fundado há menos de um ano, é formado pelos argentinos Silvana Marquina, Claudio Garrido, Marinho Filho e José Toressim, este também artista plástico. No programa que mostrarão hoje, incluem coreografias sobre temas de Piazolla e Egberto Gismonti.
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Mais um restaurante original na cidade: o Ritz, na Rua Carlos de Carvalho. Serve a chamada "comida leve", preços fixos e a decoração é cinematográfica: posters de clássicos de cinema.
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Mais uma emissora do Paraná ganha isenção de impostos: a Rádio Cultura, de Guarapuava, pertencente a Fundação Nossa Senhora de Belém, foi considerada de utilidade pública.
LEGENDA FOTO - Leonel Amaral (primeiro à direita), com novo advogado e novas perspectivas.
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