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Aramis

No campo de batalha

Os Cines Lido I, II e Condor, estão cumprindo a lei que obriga a projeção de curtas nacionais nas sessões de filmes estrangeiros. Pena que os programas não sejam anunciados adequadamente - e se repitam em todas as salas, o que acaba irritando o já arisco público para este gênero. Um interessante documentário do crítico e cineasta pernambucano Fernando Spencer, "A Santa dos Maracatus", sobre a grande estimuladora dos Maracatus de Recife, Maria do Nascimento (1877-1962), foi projetado por 3 semanas consecutivas. xxx Aliás, até o momento a EMBRAFILME / CONCINE nada fizeram para aproximar o público dos curta-metragens. Os filmes estão nas mãos de três distribuidoras privadas, não há um catálogo de adequação dos programas e informações, e fotos, nem pensar. Acontecem então, coisas absurdas: "Branca de Neve e os Sete Anões" ser programado tendo como complemento um filme hermético sobre poesia concreta ("Poema Cidade") ou mesmo um desenho artístico, meio pornô, como o premiado "Treiler". Assim, não adianta obrigatoriedade, pois o esquema de estímulo dos curtas acaba furando mais uma vez - como, aliás, já ocorreu quando da primeira imposição para suas exibições obrigatórias. xxx Apesar dos prêmios conquistados pela arquitetura paranaense, nossa bibliografia especializada ainda é fraca. E no que concerne ao "Ecletismo na Arquitetura Brasileira", nem entramos no estudo que Annateresa Fabris organizou para a Nobel (296 páginas, Cz$ 1.650,00), com textos elaborados por profissionais de grande prestígio, como Giovanna Rosso del Brenna ("Ecletismo no Rio de Janeiro, séculos XIX/XX"), Luciano Patetta ("Ecletismo em São Paulo"), Heliana Angotti Sangueiro ("Ecletismo em Minas Gerais"), Jussara da Silveira Derenji ("Arquitetura Eclética no Pará"), Geraldo Gomes da Silva (Pernambuco), José Liberal de Castro (Ceará), Gunther Weimer ("A Fase Historicista da Arquitetura do Rio Grande do Sul") e Annateresa Fabris ("O Ecletismo à Luz do Modernismo"). Ou a arquitetura do Paraná não é considerada suficientemente eclética para figurar num livro como este ou sua coordenadora simplesmente esqueceu de nosso Estado. xxx Antecipando a onda de nostalgia, inclusive em títulos de telenovelas, no final de junho, Cláudio Fabiana Bastos Ortiz já pedia o registro do grupo "Bambolelola", para o ramo de atividades teatrais. Agora, o "Bambolê" (e seus derivados) volta à ordem do dia, inclusive o brinquedo circular que foi muito popular no início dos anos 60... xxx Rubem Esmanhotto, 33 anos, artista plástico que faz um trabalho sofisticado, a partir de fotografias de velhas residências, expõe na galeria Paulo Prado, em São Paulo. O catálogo é um luxo, com reproduções a cores de vários trabalhos e um generoso texto de apresentação de Carlos Scliar, que diz que Esmanhotto sabe que um artista se forma "com o exercício de sua profissão ao longo das 28 horas de cada dia". E diz mais Scliar, a respeito de Rubem: "é mais do que um pintor novo que aponta. É sério e tem todos os elementos para se tornar um de nossos importantes artistas".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
22/09/1987

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