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Aramis

No campo de batalha

Aconteceu o que havíamos previsto há alguns meses: as eleições fizeram com que "Marketing Político e Governamental", prático roteiro para campanhas políticas e estratégias da comunicação, esgotasse sua primeira edição. Agora, este manual de Francisco Gaudêncio Torquato Neto está sendo reeditado (Summus, coleção "Novas Buscas em Comunicação", volume 5, Cz$ 33,00) e muitos "consultores" de campanhas estão fazendo o livro uma espécie de "obra-de-cabeceira". xxx Além de indispensável a todos os que estão envolvidos em campanhas políticas, o livro de Gaudêncio é também um guia prático para assessores governamentais e parlamentares, na ordenação de conhecimentos inerentes às recentes conquistas tecnológicas e de psicologia das massas. xxx José Mojica Marins - o Zé do Caixão - está deixando de ser o maldito do cinema paulista. Tanto é que um projeto de média-metragem que apresentou a Embrafilmes foi aprovado para receber financiamento: "Demônios e Maravilhas". Também de São Paulo, a cineasta Eliana Fonseca propôs (e foi aprovada) um projeto de curta intitulado "Frankstein Punk". xxx Do Paraná, nenhum projeto apresentado mereceu aprovação mas, em compensação, a Embrafilmes vai financiar curtas e médias de cineastas de Minas Gerais ("Uakti-Oficina Instrumental", de Rafael Conde de Rezende); Alagoas ("Tana's Takes", de Almir Guilhermino da Silva); Rio Grande do Sul ("Obscenidades para uma Dona-de-casa", de Roberto Henkin); Pernambuco ("Padre Henrique, um Assassinato Político") e Santa Catarina ("432", de Ênio Staub e Anibal Damasceno Ferreira). xxx Não há mais necessidade de importar ou piratear as chamadas "x rated" - ou sejam, os vídeos pornográficos: a Cz$ 900,00 a unidade, uma empresa da Rua do Triunfo, em São Paulo - ou seja, em plena Boca do Lixo da cinematografia - a Onyx - está comercializando cinco tapes "hard core", com seqüências de sexo explícito: "Joe Site" (Cuidado! Homens Trabalhando..."), "Between The Checks" (Entre as Bochechas), "New Wave Hookers" (Geração New Wave), "Heavenly Desire" (Desejo Celestial) e até uma sátira a Rambo: "Rambone, The Destroyer" (Rambone, o Destruidor). xxx Apresentar novos artistas plásticos não é fácil. Especialmente quando não se tem muito a dizer do focalizado. Eis como Ilva Aguiar apresenta Cristiane César (?), uma das três expositoras na Esculturart, da elegante Ceres Malucelli que transformou sua pizzaria num "espaço cultural": "Das trevas orvalhadas na relva, um entre tantos, tem quatro folhas. Cristiane é o trevo raro. O ser dentre os seres que nasce dotado de estranha magia. Que brinca com as cores, que busca formas e transforma a natureza criando a arte". xxx Já de Luis Sérgio, outros dos expositores, Daniel Freire diz que o rapaz "transpõe para a tela a fragilidade das flores, com toda a leveza e suavidade, tendo-se a impressão de que se tocarmos numa das pétalas, elas se soltarão uma a uma. É mais um astro que começa a brilhar no firmamento das artes" (sic). xxx Maria de Lourdes Brecailo, belo visual, tem sua arte apresentada por Thomaz Wartelsteiner que diz que "a dinâmica na forma tangencia um expressionismo que se conjuga num ritmo suave de cores" (sic). xxx O maior interessado em que a Faculdade de Educação Musical vá para o Portão não é nem o corpo docente, nem o corpo discente: é o proprietário do imóvel que aquela escola ocupa (Rua Almirante Barroso, 78); há dois anos que pretende a retomada do prédio para poder alugá-lo a preços mais razoáveis do que a Secretaria da Educação lhe paga. xxx A propósito desta Faculdade que tem estado nas manchetes dos jornais nos últimos tempos: foi criada em 1967 e por 16 anos teve uma única diretora - a professora Clotilde Espíndola Leining. Assumindo sua direção há 2 anos, a frágil mas dinâmica Ecléia Rodrigues Passos de Paula vem enfrentando sucessivas crises: primeiro foi a ameaça de fusão com a Escola de Música e Belas Artes do Paraná, posteriormente denúncias de um grupo de professores que desejam sua cabeça. Agora, quando pensava que a Faculdade iria para o "elefante branco" do Portão, vê que o prefeito Roberto Requião não concorda com a ocupação deste prédio que está abandonado desde que foi construído. E viva nossa administração!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
18/06/1986

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