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Aramis

No campo de batalha

Amanhã, no levantamento dos melhores filmes na preferência poupolar, O Estado mostra que apesar da inflação de 3.200% no preço do ingresso entre 1o. de janeiro a 31 de dezembro, o público aumentou. Em 1988, o filme de maior sucessso foi "Atração Fatal" (Fatal Atraction, 87, de Adrian Layne), que teve 82.179 espectadores nos cines Condor e Lido I/II. Em 1989, exibido nos cines Condor (7 semanas), Palace Itália (5), Itália (3) e Lido (80), "Indiana Jones e a Última Cruzada", de Steven Spielberg, foi visto por 133.748 espectadores. xxx Os Trapalhões, entretanto, na soma de suas três comédias - "O Casamento do Trapalhões", "A Princesa Xuxa e os Trapalhões" e "Os Trapalhões na Terra dos Monstros" (que continua em cartaz) - venceram Indiana Jones: foram vistos até o último dia de 1989 por 151.527 espectadores. xxx O ingresso para cinema custava, em 1o. de janeiro de 1989, Ncz$ 1,20. Desde ontem, com exceção dos circuitos do orgasmo (Scala, Morgenau e Glória) e da Fucucu (Ritz, Guarani, Luz, e Groff) ficou entre Ncz$ 40,00 a Ncz$ 50,00 (Palace Itália, que sempre teve os preços mais altos da cidade). Os ingressos do Scala e Glória aumentarão na segunda-feira de Ncz$ 12,00 para Ncz$ 15,00 e Ncz$ 15,00 para Ncz$ 20,00, respectivamente. Os do Condor, Lido I/Lido II, também sobem na próxima semana. xxx Só para se ter uma idéia da espiral inflacionária naquela que era a mais barata diversão do povo, eis como aumentaram os preços médios dos ingressos dos cinemas da cidade: de Ncz$ 1,00 em 1o. de janeiro de 1989, para Ncz$ 1,20 no dia 11; Ncz$ 1,50 no dia 13 (dois dias depois) véspera do congelamento de preços; Ncz$ 2,50 entre 27 de maio a 1o. de junho; Ncz$ 3,00 de 1o. a 20 de junho, quando subiram para Ncz$ 4,00; Ncz$ 5,00 em 20 de julho; Ncz$ 7,00, dia 31 de agosto; Ncz$ 10,00 em 12 de outubro; Ncz$ 13,00 quatorze dias depois; Ncz$ 15,00 no dia 1o. de novembro; Ncz$ 20,00 em 10 de dezembro, Ncz$ 25,00 na segunda metade do último mês; Ncz$ 30,00 no final do ano e, finalmente, Ncz$ 40,00, a partir deste final-de-semana. xxx O movimento em favor de dar o nome de José Maria Santos ao Teatro da Classe, por ele idealizado e construído, quando presidente da Associação dos Produtores de Teatro do Paraná, vem crescendo rapidamente. O jornalista Ruy Barroso em carta ao secretário René Dotti formalizou a sugestão e o vereador Mario Celso, sempre atento às questões culturais, também vai se empenhar no movimento. Dificilmente, haverá alguém que ponha obstáculos nesta justíssima homenagem ao querido Zé Maria, um dos mais íntegros homens da arte paranaense, falecido na última quarta-feira. xxx Odilon Guimarães, do Master Vídeo - um dos mais prósperos empresários do setor, adquiriu por muitos milhões, o acervo e o ponto do Vídeo Batel. Os irmãos Zeno, donos daquela locadora inaugurada há 4 anos, preferiram dedicar-se prioritariamente ao estúdio de gravações de vídeos comerciais que implantaram para disputar a freguesia até há pouco exclusiva de Percy Tamplim no Sir. Agora, com alguns milhares de dólares a mais poderão importar equipamentos sofisticadíssimos para sua empresa. xxx A atriz Marisia Bruning, que viajou para a Suiça há alguns meses, está se dando bem naquele país. Radicada em Diessenhofen, onde residem parentes, tenta abrir seu espaço no mercado artístico local. Leva uma vantagem: fala perfeitamente o alemão. Em Curitiba, Marisia fez algumas peças, mas, desejando um aprimoramento artístico, preferiu tentar a Europa. Já a atriz Maria Adélia, que esteve em Lisboa, desistiu de voltar a Portugal: sonha em fazer em nossos palcos o mesmo personagem que Tonia Carrero interpretou em "Quarteto", na montagem que o audacioso Edson Bueno pensa em fazer desta peça dificílima e que exige da intérprete muita competência. xxx Aos 49 anos, o pianista brasileiro João Carlos Martins, que em 1989 lançou internacionalmente, pela Tomato Records, de Nova Iorque, 17 CDs com a obra integral de Bach para teclado e, no Brasil, o CD "As Quatro Estações", de Vivaldi, em versão para dois pianos (Estúdio Eldorado), fecha os anos 80 em grande estilo: foi o único pianista brasileiro objeto de análises em dois importates livros recentemente publicados em Nova Iorque por musicólogos norte-americanos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
06/01/1990

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