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Aramis

No campo de batalha

A "Gazeta Mercantil" cresceu tanto em termos nacionais que também instalou uma Sucursal em Curitiba, na Rua Padre Anchieta, 392. Para dirigi-la foi designado o jornalista Valério Fabris. xxx Felizmente nem só de medíocres curtas metragens produzidos por comerciantes como Nilo Machado e Primo Carbonari, está submetido o público dos cinemas da Fama Filmes: dois curtas metragens sobre artistas populares da Bahia, um trabalhando em madeira, outro em mármore, realizados por Jair Soares, estão em exibição na cidade. xxx A propósito: o produtor Julio Kruger, homem de visão empresarial, deveria entender a necessidade de que seus cinejornais não fossem repetidos por tanto tempo num mesmo circuito. Um deles, realizado há mais de 120 dias, já cansou tanto o público da cidade, que, quando projetado, é recebido por vaias - extensivas às autoridades nele focalizadas. Ao invés de propaganda, o mesmo transforma-se em "contrapropaganda". Por sinal o mesmo focaliza a solenidade, ocorrida há quase meio ano, em que o prefeito Jaime Lerner recebeu o título de sócio honorário do Clube de Criação do Paraná. xxx Famoso pela qualidade do barreado que serve, o restaurante do Guilhobel, no alto da Rua 15 (ao lado do posto Sideral), está se transformando, nos fins de semana, numa espécie de "Antonio's" curitibano, tal o número de pessoas-notícias que por ali aparecem. Pouco a pouco, quem fazia aperitivo aos sábados no Passeio Público, está deixando o Pasquale e passando para o novo ambiente, onde, no sábado, fervilham políticos, jornalistas e mesmos artistas. xxx Apesar do intenso movimento nas BRs na primeira semana de 80, houve apenas um morto nos 38 acidentes registrados nas 7 BRs no Estado. xxx No número de "Quem", desta quinzena, o ex-governador Haroldo Leon Perez, na última parte de uma entrevista de 3 mil linhas, confirma a briga que ocorreu num restaurante do Rio, entre ele e o empreiteiro Cecílio Rego Almeida. Obviamente, dá a sua versão dos fatos e procura, o máximo possível, evitar falar no assunto. Conseguindo a primeira entrevista de Leon Perez, desde que "renunciou", em 1971, o quinzenário editado por Carlos Jung conseguiu um tento para aumentar sua circulação. xxx O empresário Mirtilo Trombini, dono de uma das maiores fortunas do Estado, destinará a Escola Tia Nilza, toda a renda que vier a obter da venda de seus quadros, na Acaiaca. Aliás, o marchand Jorge Carlos Sade está especializando-se em promover milionários que gostam de pintar: depois de Niuzete Mehry (Tuta), com seus miniquadros que vendem a mãos cheias (só que ela não canaliza os lucros a entidades assistenciais) e Trombini, Sade também está vendendo alguns óleos de Kátia Góes, filha do empresário Célio Pereira de Oliveira e esposa de um dos executivos mais ricos da Bahia, João Carlos Tertuliano Gois. Polêmico e corajoso, Sade tem argumentos para justificar a qualidade destes três milionários que gostam de usar o tempo livre para artes plásticas. xxx Quem esteve no Bebedouro no sábado, pode ouvir uma mais suaves e criativas jam-sessions dos últimos meses: o guitarrista Lucio Cabral - uma espécie de cruza de Joe Pass & Kenny Burrel curitibano, Beethoven Jr. (José Acacio) no piano e Tião na bateria, desfilaram uma série de temas fascinantes - em alguns com a participação especial de Jack (Edmondo Garcia Jr.), pistonista e jazzoamaníaco, que busca uma identificação com Clifford Brown. xxx Tião, para quem não sabe, é Sebastião Cândido da Cruz, 40 anos, paranaense de Santo Antônio da Platina, desde 1952 na estrada da vida musical. Já tocou com os nomes mais famosos, participou de dezenas de gravações e agora está retornando de Cali, na Colômbia, onde, junto com o grupo de danças e cantos de Haroldo Costa e dona Ivone Lara, mostrou um pouco da música brasileira. Com a integração de Lucio no grupo do Bebedouro, o grupo instrumental da casa ficou completo, pois fazia falta um guitarrista de imaginação jazzística. xxx A propósito: Lúcio deixou o Café Concerto Colonial, no Batel, que o tinha como uma das poucas atrações musicais. Com isto aquela casa perdeu um excelente profissional.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
6
15/01/1980

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