O canto de Sá
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de maio de 1976
Carlos de Sá é um jovem poeta fluminense, funcionário público do (DNER) para garantir o pão nosso de cada dia e escritor por vocação. Poeta e conista de mérito enfrenta,como tantos outros, a luta para conseguir ver em letra de forma os seus originais - que são muitos e de valor, a julgar pela amostra de um deles, "Canto Tentado", que mereceu menção honrosa na categoria poesia do Prêmio Fernando Chinaglia, em 1970, Carlos levou dois anos para publicar este livro, pois, como tantos jovens escritores, bateu, inutilmente '`as portas de muitas editoras, recebendo sempres um "não".
Afinal, sensibilizou um industrial, Joaquim Thomaz Aquino que, generosamente patrocinou a publicação de "Canto Tentado", sincero livro de poemas, que tem apresentação assinada por Maria Alice Barroso, também escritora e ex-diretora do Instituto Nacional do Livro. Maria alice, em sua simpática apresentação, recorda quando conheceu Carlos, como ela fluminiense (ele é de Campos, a mesma terra de outro conhecido escritor. José Cândido de Carvalho) e afirma ter encontrado na poesia de Sá "aquele sentimento do mundo já cantado por nosso poeta-maior, Carlos Drumond de Andrade: "modestamente, este Carlos(que não é Drummond) diz que sua poeisa é "terapêutica ocupacional inconsciente: e afirma não querr "cantar amores/neste século/nada mais serve de material/para se poetar". E, diz ainda Maria Alice, "apesar da bomba, causadora da "nova angústia", a que ele se refere na segunda metade de seu livro, continuo acreditando que o material do pessoal será sempre o mesmo - apenas sua visão pessoal é que se modifica de um século para outro"
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