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Aramis

O Casopeia que chega do Japão

Não há dúvida de que um padrinho famoso ajuda bastante. Se Gilberto Gil não tivesse se entusiasmado com o Grupo Casopeia, do Japão, por certo o grupo não viria ao Brasil e teria um elepê aqui editado. Mas é que o Sr. Presidente da Fundação Gregório de Mattos, de Salvador, gostou do som que o Casopeia fazia na Alemanha em 1985, que, agora, neste ano da graça de 1987, ajudou a sua excursão por várias capitais - incluindo Curitiba e, estimulou a sua gravadora, a WEA, a editar o elepê "Halle", com o selo Geleia Geral, do próprio Gil. O Casopeia não é estreante. Ao contrário, há dez anos está na estrada, pois foi criado em 1977, quando o guitarrista, letrista e arranjador Iesei Noro, conheceu o baixista Tetsuo Sakurai e o tecladista Minoru Mukaya, na época todos estudantes e juntos começaram a fazer despretensiosas jam-sessions em Tóquio. Pouco tempo depois, decidiram formar uma banda para participar dos concursos East West promovido pela Yamaha e dois anos mais tarde o ritmo diferente do Casopeia começava a ser conhecido em Tóquio quando gravaram seu primeiro elepê. Há 7 anos houve a grande virada, com a adesão do baterista Akira Jimbo que trouxe experiência no uso de sintetizadores. Em 1983 o grupo viajou para a Europa e chegou ao festival de Montreaux. Nos últimos três anos, o prestígio do grupo somente cresceu e eles preocupam-se em fazer uma música universal. O grupo já tem 11 elepês gravados e, em seus shows, usam computadores e telões, enquanto o tecladista Minoru procura sempre conversar com a platéia no idioma local. Em "Halle", o Casopeia dá uma amostragem de seu som, com dez temas próprios. Como diz o líder do grupo, Iesei Noro, a proposta é desenvolver improvisações - "com base no jazz, a linguagem universal", conseguindo aliar uma técnica apurada à originalidade, tanto nas apresentações ao vivo quanto nos trabalhos de estúdio. Enquanto o Casopeia é o som que vem do Oriente, da Inglaterra, continuam chegando outros conjuntos. É o caso do The Mission, que a Polygram traz agora. A história do grupo pouco difere das centenas de outros. Nasceu e cresceu sob o peso do nevoeiro dos preconceitos, mas como foi formado sob a inspiração da sucata do The Sister of Mercy, The Mission conseguiu gravar seu primeiro compacto simples em maio do ano passado. "Serpent Kiss", o compacto, se destacou e o grupo ganhou um elepê de estréia ("Gods Own Medicine"). A formação da banda é a seguinte, para anotação pelos interessados: Wayne Hussey (vocais), Craig Adams (baixo), Simon Hinkler (guitarra / teclados) e Mike Brown (bateria). Outro lançamento da Polygram, mas este com sabor de nostalgia: o Deep Purple, famosa banda nos anos 60/70 e que após longo desaparecimento reapareceu, nos EUA, em 1984, com "Perfect Strangers", mas sem o sucesso esperado. Agora, uma nova tentativa: "The House of Blue Night". É bom lembrar que ao lado do Led Zeppelin, o Deep Purple é considerado o grupo que lançou a semente do heavy metal, mas seus integrantes não gostam deste título. O disco com que o Deep Purple reapareceu é resultado de mais de um ano de trabalho e foi desenvolvido em 5 estúdios diferentes, mas com sua formação histórica: Ritchie Blackmore (guitarras), Ian Gillan (vocais), Roger Glover (baixo), John Lord (teclados), e Ian Paice (bateria). Para as gravações deste "The House of Blue Night", o DP investiu pesado em duas vertentes: a redescoberta de seu som original e a familiarização com o que há de mais moderno em tecnologia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
49
09/08/1987

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