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Aramis

O cineasta Sérgio Ricardo (II)

Em 13 anos de atividades cinematrográficas, Sérgio Ricardo realizou em curta-metragem ("O Menino da Calça Branca", 1961), um média-metragem ("Pássaro da Aldeia", 1963, rodado na Síria por encomenda do governo local) e três longa-metragem: "Esse Mundo é Meu" (1963), "Juliana do Amor Perdido" (1970) e "A Noite do Espantalho" (1974). Além de musicar os seus filmes, Sergio fez ainda [...] trilhas sonoras para obras de Glauber Rocha ("Deus e o Diabo na Terra do Sol" , 65); "Terra em Transe", 66 e "O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro") e George Jonas ("A Compadecida"), além de ter colaborado também em outras fitas ("Terra dos Brasis", "Vozes do Medo", "A Guerra dos Pelados". Falando sobre "A Noite do Espantalho" (cine Scala), Sergio Ricardo lembra que "é uma história de Cordel sobre um triângulo amoroso - o jagunço, o vaqueiro e a camponesa, os dois primeiros disputando o amor da mulher e ela em [dúvida] entre um e outro. Cada um dos personagens representa não só o linear da situação psicológica, mas toda uma redução simboliza a força do coronel e o poder do Dragão, enquanto o vaqueiro representa a força do povo. A história é narrada por um cantador de feira, o Espantalho e sua linguagem obedece ao ritmo da [fantástica] imaginação do nordestino. Fazendo a integração da música, poesia e cinedrama, "A Noite do Espantalho" cria aquilo que um crítico francês, depois de ver o filme, definiu como sendo "um estilo novo na linguagem cinematográfica". Numa entrevista ao jornalista Geraldo Mayrink, da "Veja", em 1971, Sérgio Ricardo explicou o espaço que separou seu primeiro longa-metragem ("Esse Mundo é Meu") de sua segunda obra ("Juliana do Amor Perdido", 1970, que hoje, quarta-feira, será exibido no auditório do Colégio Estadual com a presença do autor): - "E vivo especificamente de duas profissões: do cinema e da música. Na verdade, viver mesmo, auferindo lucros, só de música. O cinema tem me dado mais uma satisfação pessoal de criação. De modo que, sempre que consigo uma situação econômica, mesmo ligando-me a outras pessoas, e que me permita fazer um filme eu parto para fazer. Acontece também que minha carreira de cineasta depende muito da minha carreira de compositor. Quando a maré em música, está muito boa, é difícil largar a música para fazer cinema. Tudo isso aconteceu entre "Esse Mundo é Meu'" e "Juliana". Nesses seis anos, eu estive inicialmente na Europa e depois fiz um filme para o governo sírio. É uma média-metragem que fiz logo depois de "Esse Mundo é Meu". Foram oito meses de espera que me atrapalharam muito. O Itamarati tinha ficado de mandar uma cópia de "Esse Mundo é Meu", que eu já negociara com um italiano por 10.000 dólares. Mas, com o negativo demorou eu voltei para o Brasil, a situação musical que era a que eu tinha que pegar imediatamente para compensar o sacrifício feito, tinha mudado inteiramente. Isso foi em fins de 1964. O próprio "Opinião" foi um dos acontecimentos que me fizeram voltar o mais depressa possível. Eu vim para me integrar num movimento decorrente dessas transformações. Acontece que a coisa desgringolou ficando difícil na área. Ficou difícil para mim e outras pessoas que queriam fazer coisa mais séria, uma penetração imediata" (continua).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Jornal do Espetáculo
12
06/11/1974
Vi "a Noite do Espantalho"em seu lançamento no Rio ,inclusive com a presença de Sergio Ricardo e confesso que me apaixonei .Tenho a trilha sonora ,ainda em LP,já mandei passar para CD,pois ouço até hoje mas gostaria muito de ter o filme .Dizem que não existe cópia mas ,em algum lugar deve haver alguma sim.Gostaria tbém de saber onde anda Sergio Ricardo,sou grande admiradora de tudo que fez e foi,ou melhor é.!Onde anda Sergio Ricardo e o que está fazendo no momento.Alguém poderia me ajudar???? ana tereza
Li o artigo publicado em maio de 2009 ,com entrevista de Sergio Ricardo e vi que continua em plena atividade mas,por favor,queria encontrar o filme "A Noite do Espantalho",alguém pode me ajudar? ana tereza

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