O dicionário de Rubens Ewald Filho
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 19 de outubro de 1988
Rubens Ewald Filho, paulista de Santos, pode se considerar um profissional realizado. É um dos poucos jornalistas brasileiros que vive (bem) escrevendo exclusivamente sobre o que mais ama na vida: o cinema.
Hoje, Rubens é o nome mais conhecido da imprensa na área de vídeo e cinema, produzindo colunas para inúmeras publicações, crítico da "Rede Globo de Televisão" e autor de várias publicações referenciais - indispensáveis para quem se interessa por cinema e, especialmente, deseja informações de vídeo. Acompanhando todos os festivais de cinema no Brasil e os principais no Exterior, poliglota, atualizadíssimo, Rubens montou um arquivo fantástico, que lhe permite uma produção que vai do "Jornal da Tarde" (no qual é o editor da área de filmes na TV e vídeo há anos) até publicações de circulação dirigida, sem falar na pioneira revista "Vídeo News", da qual é exclusivo no review dos novos lançamentos.
Há dez anos, Rubens publicou a primeira edição de uma obra das mais consultadas: o "Dicionário de Cineastas". Pelo próprio dinamismo do cinema, há muito que havia necessidade de uma segunda edição - que, com o crescimento das informações, transformou-se em dois volumes, contratados pela L&PM, de Porto Alegre.
Dificuldades de revisão (cuidadosa) e atualização no máximo possível dos verbetes (afinal, cineastas continuam realizando novos filmes e morrendo a cada mês, o que exigiu inúmeros acréscimos) retardaram a obra. Só há um mês, o primeiro volume, dedicado aos cineastas estrangeiros, foi lançado - mas ainda de forma discreta, pois oficialmente a obra estará tendo sua colocação promocional durante o FestRio. Até lá, talvez fique pronto o segundo volume - dedicado aos realizadores brasileiros.
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Paralelamente, já está nas bancas de jornais de todo o país, o novo guia de vídeo que Rubens preparou para a Sigla ("Vídeo News - Filme"). Este é o nono volume que Rubens publica e desde o primeiro - que foi o pioneiro, em março de 1985 - tem ampliado cada edição. Nesta inventaria 540 filmes novos, somente dentre os vídeos selados lançados pelas distribuidoras no Brasil. O esquema básico e o mesmo: Rubens dá os filmes com cotação (de um a cinco estrelas, de fraco a ótimo), título original, metragem, direção, elenco, resumo e comentários. Sem esquecer também a indicação de censura por faixa etária. Os filmes são divididos por gêneros: aventuras, comédias, ficção, suspense, clássicos, musical, infantil, drama e documentário.
Sempre atento, Rubens bolou mais uma novidade: um encarte trazendo cem filmes novíssimos, justamente os que as distribuidoras anunciavam há 60 dias para lançamento neste final de ano.
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O "Dicionário de Cineastas" (612 páginas, ao redor de Cz$ 7 mil) tem cerca de 1.400 verbetes. É um guia fiel e completo dos cineastas de todos os tempos, com datas, filmografia completa e elencos. Obra única no Brasil, o "Dicionário" traz os títulos em português de todos os filmes dos cineastas mencionados - o que é o seu ponto alto. Afinal, os cinéfilos podem recorrer a dezenas de enciclopédias e dicionários de cineastas editados na Europa e Estados Unidos - mas para saber os títulos que os filmes tiveram no Brasil, só indo à obra de Rubens. Um jornalista organizadíssimo, que vive, respira e dorme cinema 24 horas por dia.
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