O disco de Amelita
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 04 de abril de 1975
Depois que Piazzola conseguiu ter seus primeiros discos editados no Brasil, onde hoje já desfruta de um público razoável, chega a vez de sua bela e afinada esposa: Amelita Baltar (Maria Amélia Baltar, 35 anos) aparecer com um ótimo lp, gravados na Itália no ano passado e onde estão os seus maiores sucessos: "Prelúdio para El Ano 3001", "Balada Para Mi Muerte", "Balada Para Un Loco", "Vamos Ninar", "Las Ciudades", "No Quiero Otro", "Pequena Cancion Para Matilde" e "Violetas Populares". Maria Amélia Baltar estudou música e guitarra desde a infância, mas só estreou como cantora em 1962 com um quinteto vocal, apresentando músicas folclóricas. Em 1966, iniciou sua carreira de solista, fazendo um elepê na CBS. Ouvida por Astor Piazzola foi contratada imediatamente para interpretar o personagem-título de sua ópera "Maria de Buenos Aires", montada em 1968 (o álbum duplo com a trilha sonora deste espetáculo foi lançado no Brasil há 3 anos). A partir de então Amelita tornou-se a cantora ideal da música de Piazzola e em 1969, participando do Iº Festival da Canção de Buenos Aires, com a "Balada para um Louco", obteve o segundo prêmio. "Balada para um Louco" vendeu mais de 200 mil cópias na Argentina e foi a primeira música de Piazzola gravada no Brasil, mérito que se deve creditar a Moacyr Franco. Entre 1970/71, Amelita e Astor estiveram em vários países latino-americanos, inclusive no Brasil. Em 72 foram [à] Itália, onde participaram de vários programas de televisão. De volta a Buenos Aires, há dois anos, Amelita atuou ao lado de duas amigas, Suzana Rinaldi e Marilena Monti, do espetáculo "Três Mulheres para o Show". No ano passado, novamente na Itália, gravou o bom lp que agora a RGE lança no Brasil (lp 304.1045, março/75).
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