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Aramis

O esqueleto que renasce e um terreno a Cr$300 milhôes

xxx A propósito de empreendimentos imobilizados, uma das últimas grandes áreas do centro de Curitiba está à venda. Desde que a Impressora Paranaense passou para o 25 Km, da BR-116, no bairro Xaxim, há 10 anos, que o imenso prédio que ocupou, desde 1912 na Rua Comendador Araújo, entre os números 731 e 747 encontra-se praticamente vazio somente ali funcionando a parte administrativa da Segrap, empresa especializada na confecção de cartões postais. O preço da área de quase 10 mil metros quadrados da antiga Impressora Paranaense, com frentes para a Rua Comendador Araújo e Avenida Batel – foi fixado em Cr$300milhões. O grande problema para encontrar um grupo disposto a fazer a transação são as restrições impostas pela Prefeitura para a ocupação da área – já que o limite de edificação naquela zona da cidade torna, ao menos a curto prazo, anti-econômico um empreendimento de fôlego. E para um terreno que vale Cr$300milhões, há de se pensar num aproveitamento altamente compensatório. xxx Não custa recordar um pouco da história da Impressora Paranaense, Suas origem vinculam-se ao próprio processo de criação da Província do Paraná, nascida em 1853, uma vez que parte do mesmo esquipamento tipográfico utilizado na edição do "Dezenove de Dezembro, integraria a primitiva oficina da empresa. Ao assumir o governo, Zacarias Góes e Vasconcelos trouxe consigo Cândido Lopes, de Niterói, para montar a primeira gráfica, instalada na Rua das Flores e que constava de uma pequena mesa de ferro, com prancha para composição manual, sobre a qual deslizava o rolo de impressão, além das caixas de tipos e de acessórios. Seu tipógrafo, João Luiz Pereira, trabalhou na oficina durante mais de 30 anos até 1888. 34 anos depois de sua chegada a Curitiba, essa tipografia, complementada por uma instalação litográfica, passou a fazer parte da Impressora Paranaense, firma fundada pelo industrial Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul. A litografia se destinava basicamente à produção de rótulos coloridos aplicados nas barricas de erva-mate exportadas para o mercado italiano – num trabalho de grande perfeição gráfica que hoje constitui preciosidade da coleção do professor Newton Carneiro. Em 18 de dezembro de 1890, afirma transformou-se numa sociedade por ações, com a duplicação do capital de cem mil contos de réis para duzentos mil contos de réis. Com a morte trágica do Barão do Serro Azul, assassinado na Serra do Mar [em] 20 de maior de 1894, a direção da empresa passou a Jesuíno Martins Lopes, filho do fundador da Impressora Paranaense. Mais tarde a parte da Baronesa passou à propriedade de Francisco Foch, um litógrafo experiente, de origem espanhola, que trabalhava na impressora – então com suas oficinas na Rua do Riachuelo. Em 1912 – deu-se a fusão da Impressora Paranaense, de Folch, com a litográfica que Max Schrappe (Naumberg, Alemanha-1873 0 Curitiba, 1942) havia fundado em Joinville, mas com filial em Curitiba, funcionando no Batel, no local do Recreio Cruzeiro – enquanto Folch já estava há dois anos no prédio por ele construído, na na Rua Comendador Araújo. Em 1917[,] faleceu Francisco Folch e cinco anos depois, em 1922, Max Scharappe assumiu o controle da empresa – que só em 1940 se transformaria em Sociedade Anônima, mas até hoje sob controle da família Schrappe. xxx Portanto, neste ano, a Impressora Paranaense tem duas efemérides para comemorar: os 70 anos da entrada dos Schrappe na empresa e os anos 60 da participação exclusiva da família na indústria gráfica – hoje a 13ª do País, com um patrimônio líquido de Cr$380 milhões, um faturamento de Cr$1.321.300,00 em 1980 (segundo levantamento do "Quem na Economia Brasileira", agosto/81), lucro líquido em 1980 de Cr$ 113.400.000,00 e empregado mais de mil pessoas – com filiais em São Paulo e Santa Catarina.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
7
24/01/1982

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