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Aramis

O Fantasma do Elevador

A edição da revista Planeta que está nas bancas (nº 22, Junho/74) atualiza e dá uma dimensão nacional a uma história do sobrenatural há muito contada na cidade: ao escrever para a seção "Casos Malditos", o estudante Thomé Sabbag Filho, 16 anos, aluno do Colégio Estadual do Paraná, colocou em evidência um fato tido como real ocorrido há 25 anos, com seu tio, Agostinho Pereira Alves Neto, 43 anos, funcionário do IBC. Embora na Planeta, o fato tenha sido registrado como acontecido "há bem pouco tempo", ele ocorreu em 1949, pouco tempo após a inauguração do edifício Marumby - o primeiro arranha céu residencial da cidade, na Praça Santos Andrade. Agostinho Pereira acompanhava sua - irmã - Maria Gabriela Pereira (hoje esposa do comerciante Thomé Sabbag e mãe do garoto que contou a história) e sua prima Norma Zaguine após um baile no Círculo Militar. As moças subiram diretamente para o apartamento, no 9º andar, enquanto ele foi para o bar Flórida, próximo ao edifício e onde todas as noites encontrava alguns amigos. A visita ao bar foi rápida - apenas para manter o costume - e antes de uma hora já estava de volta, completamente lúcido, pois não costumava beber. Chamou o elevador que estava parado no terceiro andar e esperou. Nada. Tornou a chamar com certa impaciência. Nada. Como era o terceiro andar e morava no nono, resolveu subir as escadas. Aquela hora da noite ninguém mais estava acordado para ficar segurando a porta de um elevador. Imaginou que a porta não tinha sido fechada e por isso ele não saía do lugar. Achou curioso que as luzes do terceiro andar estivessem apagadas. Isso não chegava a incomodar pois uma certa claridade vinha do segundo e do quarto andares. Quando chegou perto do elevador para verificar se o problema era realmente a porta mal fechada, percebeu que um vulto se aproximava. Abriu a porta do elevador e acendeu um fósforo (a luz do elevador também estava apagada). O vulto já estava bem perto dele, mas não era um morador do prédio, como tinha pensado. Não era sequer um mortal pois não tinha rosto. Com a rapidez do pensamento Agostinho desceu as escadas e foi parar - quase sem fôlego - na calçada. E coragem para voltar? Voltou. Tinha que voltar. E nada aconteceu. Já em casa contou tudo aos seus pais que resolveram investigar o caso. Era um absurdo que um anacrônico fantasma tivesse surgido em um moderno prédio de apartamentos. Uma semana depois souberam que quando o prédio estava sendo construído pela firma Gutierrez, Paula & Munhoz, um operário tinha se enforcado. No terceiro andar, ao lado do fosso do elevador!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
16/06/1974

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