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Aramis

O FestRio em Fortaleza

Fortaleza De Aramis Millarch, enviado especial - Pela primeira vez nas seis edições do FestRio, o catálogo ficou pronto antes do evento começar - e um volume de 128 páginas contendo informações básicas sobre os 159 filmes entre longas e curtas - e dos 120 diferentes programas de vídeo e televisão, que estão sendo apresentados nos diferentes espaços ocupados por esta promoção que trouxe o mais importante festival de cinema do Hemisfério Sul para a ensolarada capital cearense. Com uma organização exemplar - envolvendo mais de 300 pessoas, entre o staff básico da associação FestRio (que tem 22 colaboradores fixos). O FestRio, em sua transferência para Fortaleza marca uma experiência nova: a possibilidade de eventos culturais desta dimensão não se fixarem mais apenas um cidade-base, mas, sim, desde que haja infra-estrutura, poderem serem levados a outros pontos do país. O produtor Luís Carlos Barreto, cearense, presidente da Associação FestRio, é um dos mais entusiasmados: além da importância como evento cultural, a realização do FestRio-Fortaleza 89, e o passo internacional para a viabilização concreta de um pólo cinematográfico cearense - que por uma privilegiada geografia, sol durante todo o ano e amplas condições de sediar produções internacionais, pode significar em termos de cinema o mesmo que foi a Califórnia. Especialmente Los Angeles, nos anos 10/20, para a implantação da indústria cinematográfica americana. Indaga-se, naturalmente, entre US$ 1,5 a US$ 2 milhões, o custo do festival. O governo do estado deu a infra-estrutura, necessária. A hotelaria colaborou reduzindo ao máximo as diárias dos excelentes hotéis que se espalham pela orla e para custear as despesas pesadas, houve um rateio - com contribuição do estado (600 mil BTNs) prefeitura (450 mil BTNs), Minc/Embrafilme/Fundação do Cinema Brasileiro/Ministério da Fazenda para mais de 750 BTNs. A iniciativa privada - Bic, Pepsi Cola, Xerox, Cobra etc., - também colaboraram em diferentes segmentos desta promoção que reúne mais de mil pessoas, entre artistas, realizadores de cinema, vídeo e TV e, especialmente jornalistas - cerca de 250, incluindo 75 estrangeiros, entre os quais alguns habitues do evento e que, nas edições anteriores já deram excelente cobertura como o italiano Marco Molendini, o francês Pierre Henri-Delaue (organizador da quinzena dos realizadores) e Richard Gold, do "Variety". Retorno Cálculos indicam que o retorno em termos econômicos - despesas extras, compras, turismo etc - que o grande número de pessoas vindos de todo o mundo para Fest-Fortaleza (Rio) deverá atingir a casa dos dois milhões e quinhentos mil dólares, "uma cifra considerável, provando a viabilidade deste evento", diz com satisfação o diretor geral Ney Sroulevich - nossa equipe não para dia 15 de janeiro, já começamos a pensar na sétima edição; embora nem saiba, ao certo onde poderá acontecer: se aqui mesmo, voltar ao Rio ou alguma outra cidade. Afora a intensa programação de filmes, vídeos e produções feitas especialmente para televisão - em competição ou nas mostras competitivas - acontecem reuniões paralelas, discute-se o mercado latino-americano de cinema e vídeo e até o conselho estadual de cultura do Ceará deve reunir-se na próxima semana para a criação de um clube mundial da ética do uso dos meios de comunicação social. Enfim mais do que um festival de estrelas e nomes famosos - o evento privilegia, basicamente, o lado profissional, social e cultural da área da comunicação visual, mais necessária do que nunca de ser discutida e analisada.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
25/11/1989

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