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Aramis

O melhor jazz, com Miles Davis, Weather e Paquito

se a quantidade de lançamentos jazzísticos foi reduzida houve, em compensação, uma preocupação pela qualidade. Assim é que a Ariola/Barclay lançou há pouco os novos discos de Sonny Rollins e Freddie Hubbard, enquanto a CBS, em sua "Collector Jazz Serie", que Arlindo Coutinho coordena com grande rigor, traz um pacote com cinco dos melhores discos do ano: "Supersax & L. A . Voices" (que registramos na semana passada), Winton Marsalis (também presente no suplemento erudito da CBS),"Star People" com Miles Davis, Weather Report e Paquito D'Rivera. Miles davis, ausente há anos dos estúdios, voltou a gravar em 1981, mostrando que a longa interrupção em sua carreira não o prejudicou em termos de qualidade. E no ano passado, com "Star People", o incrível pistonista e compositor reapareceu com um álbum, que entrou entre os melhores do ano nos jazz poll. Davis é um músico de incrível versatilidade, que jamais se acomoda a uma escola, a um simples estilo. Busca sempre novas fronteiras musicais e assim cada novo trabalho é um desafio para o público que se preocupa em acompanhar o jazz lp to date. Isto pode-se sentir nas faixas deste novo elepê, sem dúvida um dos mais criativos dos últimos anos. Também sempre buscando a renovação, o WEATHER REPORT está de volta com o lp "Domino And Theory". Formado em 1970 por Joe Zawinul e Wayne Shorter, o Weather assinou a tentativa dos dois músicos de explorarem juntos novos territórios sonoros, dando, assim, continuidade ao trabalho que haviam desenvolvidos anteriormente em separado (Zawinul alcançou a notoriedade tocando no grupo de Cannonball Adderley, enquanto Shorter destacou-se tocando com Art Blakey & The Jazz Messengers e, mais tarde, com Miles Davis). Durante a década de 70, o Weather Report fez músicas que desafiam qualquer rótulo ou definição, enquanto arrebatava numerosos prêmios. Durante 8 anos os leitores da "Down Beat" apontaram o Weather Report como a grande banda da música progressiva. Em "Domino and Theory", a banda (cuja formação sofreu sucessivas alterações desde seu início) conta com Joe Zawinul (teclados), Wayne Shorter (sax tenor e soprano), Osmar Shakin (bateria), Victor Bailey , (baixo), José Rossy (percussão) e Carlo Anderson (vocal). As gravações foram realizadas em janeiro último. Mais um brasileiro escala espaços internacionais: o saxofonista Cláudio Rodit integra o grupo de paquito D'Rivera, também saxofonista. Um cubano que se fixou nos EUA e que tem um elepê ao vivo, gravado no Keystone Korner lançado no Brasil. Incorporando muitas correntes culturais que correm pelas Américas, Paquito diz que as três fontes básicas de sua música são "o treinamento clássico, as raízes cubanas e toda a tradição do jazz". Desde que imigrou para os EUA, vai Espanha, em 1980, Paquito D'Rivera e sua arte têm sido saudados e aplaudidos com crescente entusiasmo, os cinco músicos que são ouvidos neste disco com Paquito trazem contribuições vitais para o resultado final do som. São eles: Carlos Franzetti, pianista argentino que já fez arranjos para Art Blakey e Gloria Gaynor, entre outros; o brasileiro Rodit; o baixista Steve Bailey; o baterista Ignácio Berro e o percussionista Daniel Ponce, ambos cubanos. Repertório, uma faixa especial: a regravação de "Estamos Aí", de Maurício Einhorn e Durval Ferreira - um dos mais jazzísticos temas da Bossa Nova.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
15/07/1984

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