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Aramis

O salário do campo

Quando o salário mínimo provoca discussões, torna-se bastante oportuno observar os índices dos salários rurais vigentes em várias regiões do País, em especial no Paraná. De acordo com os últimos dados levantados pelo jornalista Sílvio Wanick Ribeiro, da revista "Agricultura Hoje" , os Estados que vem oferecendo melhores remunerações ao homem do campo são os da região Centro-Oeste - Mato Grosso e Goiás, seguidos do Rio Grande do sul, Paraná e Santa Catarina. xxx Em Mato Grosso, um administrador rural ,tem o salário médio de Cr$ 1805,00, enquanto que em Pernambuco, não chega a Cr$ 550,00. Quanto aos salários dos capatazes, os índices mais expressivos se localizam em Santa Catarina (Cr$ 934,00) e Paraná (Cr$ 890,00), enquanto que na Paraíba, o salário do capataz é de apenas Cr$ 367,00, inferior ao de um tratorista (Cr$ 493,00). Aliás, é em Goiás que os tratoristas tem os melhores salários: a média no último semestre de 75 foi de Cr$ 1003,00. No Paraná, o salário médio de um tratorista era de Cr$ 937,00 - mas na presente safra evidentemente a situação inverteu-se com a demanda de profissionais, em especial em decorrência das novas frentes de trabalho, como a das obras que se iniciaram na usina de Itaipu. Xxx Entre os trabalhadores rurais não especializados trabalhador permanente e eventual, destacam-se os pagamentos efetuados em Mato Grosso aos empregados (Cr$ 581,00) e aos diaristas (Cr$ 30,00 por dia) . A diária do cearense, enquanto isso, era de Cr$ 14,00. O trabalhador permanente recebia em média Cr$ 293,00 em Pernambuco. xxx Apesar das geadas e dispensas de pessoal rural, no Paraná - chegou-se a calcular em 180 mil desempregados - foi surpreendente que o salário médio rural houvesse aumentado em valores reais, conforme a análise de Warnick Ribeiro. No Paraná, conforme previsões da Secretaria da Agricultura, as tendências da produção agrícola estadual, após as geadas, são estimadas para este ano, com aumentos significativos dos plantios de arroz, milho e feijão, como culturas intercalares e, nos locais antes ocupados pelo café, expansão da cultura da soja (que ocupa, relativamente, pouca mão-de-obra). Do total de quase dois milhões de pessoas ocupadas na agricultura paranaense, segundo o censo Agropecuário de 1970, 630 mil trabalhadores na lavoura onde predominava a cultura do milho; 506 mil na do café; 149 mil na do feijão e cerca de 70 mil na do arroz. Ou seja, em termos percentuais, essas quatro lavouras predominantes concentravam, em 1970, quase 70% da mão-de-obra ocupada na agricultura do Estado. No Brasil como um todo, essas culturas somadas à da mandioca, são responsáveis por mais da metade do emprego rural.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
05/05/1976

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