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Aramis

Observatório

PELA primeira vez em 14 meses de "Parcerias Inéditas" axontecerá um encontro numa quinta-feira. No próximo dia 11, antecedendo o início da temporada de "Mudança dos Ventos", estarão no Paiol duas mulheres talentosas, indepedentes e de muito encanto: a cantora Nana Caymmi e a antropóloga e professora Philomena Gebran. Nana, primogênita do grande Dorival Caymmi, cantora da maior sensibilidade e que acaba de ter novo disco lançado pela Odeon, apresenta-se neste fim-de-semana, no Cine-Show Madureira, com a participação de Cládio Nucci (ex-Boca Livre, agora seu novo marido) e o conjunto Viva Voz. Philomena, há 10 anos no Rio, professora universitária, curitibana de nascimento, trabalha atualmente numa tese sobre o café no Norte do Paraná, num enfoque de características inéditas. A presença no palco de Paiol de Nana e Philomena deverá resultar numa das melhores "Parcerias" das quanto ali tiveram lugar. C OM mais de 5 mil alunos, o Positivo - hoje o mais poderoso grupo particular na área do ensino do Paraná deve abrigar, naturalmente, muitos futuros talentos. Por isso é importante que sua impessoal diretoria se preocupe em estimular atividades culturais, que possibilitem aos alunos mostrarem sua criatividade. Numa "Semana Cultural", prevista para a primeira semana de setembro, vai acontecer uma noite musical, criteriosamente organizada pelo arquiteto, professor e compositor Homero Reboli, que, no mínimo, revelará um promissor grupo vocal e uma compositora de muito talento. Seis jovens - Luciana Rodrigues, 17 anos; Renata Ternes, 17; Gabrielle Polewka, 15; Altair Câmara Costa, 16; Márcio Oliveira, 18 e Leonardo Garcia Lima, 17 - em menos de 10 dias de ensaios, já preparam um excelente repertório, a maioria com músicas próprias. Luciana, nascida em Nova Friburgo mas há muito radicada em Curitiba, com "Cantarola" e "Fabordão Contrariado", por exemplo, mostra uma grande capacidade para criação de harmonias, ao mesmo tempo que é dona de uma suave voz. O grupo ainda não foi oficialmente lançado, mas já há uma proposta para o seu nome: "Criação 80". Xxx D ENTRO de alguns dias, o diretor-executivo da Fundação Nacional das Artes, professor Roberto Barreiras, virá a Curitiba para instalar oficialmente a representação do Paraná, atendendo também Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além de dinamizar a presença da Funarte no Paraná, é intenção montar um ponto de vendas das excelentes publicações e edições fonográficas que vêm fazendo há quase 3 anos. O próprio Barreiros nos dizia, há algum tempo, que se surpreende com o volume de realizações que a Funarte conseguiu em sua curta existência. Seu catálogo de publicações -até agora praticamente à venda apenas no Rio, São Paulo e Brasília, é dos mais diversificados, abrangendo artes plásticas, folclore, música popular, erudita e teatro, com livros, catálogos, cartazes, postais, discos etc. Um dos aspectos que Barreiras gosta de salientar, na área da Funarte, está a de pesquisas, financiadas pelo programa de bolsas de estudos, as quais avaliadas e selecionadas por uma comissão intersetorial (Núcleo de Estudos e Pesquisas/Departamento de Editoração) tem vinculado idéias e temas do mais variado interesse: da expressão corporal à arquitetura kitsch, do mamulengo aos ritos do catolicismo popular, do teatro de revista ao ensaio fotográfico, sobre os bares rurais. "Isso, diz o diretor-executivo da Funarte, demonstra, que o conceito de "cultura"assumido por nossos projetos vai além de definições estagnadas e rígidas linhas de comunicação, pois se abre para uma concepção moderna de edição mais vinculada a realidade brasileira conteporânea, e avança no sentido da pesquisa multidisciplinar". Xxx JORGE AUGUSTO MONTENEGRO, superintendente da 9a Unidade Regional de Operações do Serpro, encontrou uma fórmula original de convidar para a solenidade cívica, amanhã, às 16h30min, com o qual abre as comemorações da Semana da Pátria: textos personalizados em papel de informação computarizada. O Serpro fica na Rua Carlos Pioli, 133. Xxx CONTRARIANDO o título, parece que pouca gente está sabendo reconhecer no trabalho do Grupo Dia à Dia a importância que o mesmo tem: na quinta e sexta-feira as apresentações de "Quanto Mais Gente Souber, Melhor" tiveram que ser canceladas porque havia menos público do que intérpretes. Os oito jovens três moças e cinco rapazes - esforçaram-se em divulgar a peça, visitando faculdades, diretórios, veículos de divulgação etc., mas, o resultado foi frustrante: apenas 4 espectadores apareceram na sexta-feira. O autor é João Siqueira, 48 anos, catarinense de Joinville, larga quilometragem em Curitiba e desde 1967 no Rio de Janeiro. Há um ano, com o mesmo grupo, aqui trouxe "Maria e seus quatro filhos", abordando retirantes nordestinos e, em "Quanto mais gente souber, melhor", trata das lutas estudantis e operarias no período mais duro da repressão (1968/73). Os oito intérpretes entre os quais uma jovem e bela estreante, Nara (Sayonara) desdobram-se em mais de 50 personagens diferentes, ao longo das 11 cenas, nas duas horas (sem intervalo) de duração desta peça. Já mostrada em longa temporada no Rio (Teatro Cacilda Becker e SESC da Tijuca) e Porto Alegre. Hoje, espera-se, haja público para a despedida da companhia. "Seria frustante sair de Curitiba sem ter chance de fazer uma única apresentação", lamentava, na sexta-feira, o bom João Siqueira. Xxx SE Airto Guimorvan Moreira teve que retornar após apenas 4 dias de permanência em Curitiba - e já está na Inglaterra, fazendo shows com seu grupo, Raul de Sousa o Raulzinho, continua em Curitiba. Hospedado na casade um velho amigo, com sua nova esposa - a loira americana Marilyn, Raulzinho estendeu a permanência devido a doença de uma de suas filhas, que aqui reside. E está estudando algumas apresentações no Rio e São Paulo, além da gravação de um disco. Sua participação no Rio Jazz Monterey Festival foi elogiada pelo crítico João Luiz de Albuquerque, que escreveu na revista "Isto É", após comentar a atitude de Hermeto Paschoal, que não fez sua apresentação devido ao barulho no Maracanãzinho: "O caso Hermeto seria superado graças à performance dos demais. Como a do brasileiro Raul de Souza, radicado nos Estados Unidos, que mesmo boicotado pelo empresário do tecladista George Duke, Herb Cohen ele só o deixou tocar duas músicas - conseguiu mostrar-se como um dos melhores do festival, misturando genialmente sua formação musical brasileira com o melhor do jazz". LEGENDA FOTO 1- Nana LEGENDA FOTO 2- Barreiras LEGENDA FOTO 3- Raulzinho, numa foto dos tempos de Curitiba-década de 60.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
10
31/08/1980

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