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Oposição quer Trombini presidente da Garibaldi

O industrial Sinibaldo Trombini, 75 anos, presidente de um dos mais fortes grupos econômicos do Paraná, está sendo assediado pelo grupo oposicionista a atual diretoria da Sociedade Garibaldi para disputar, mais uma vez, as eleições dentro de três meses. Embora há dois anos, Sinibaldo já tenha sido candidato e perdido por apenas um voto - o que, naturalmente o magoou bastante, a sua presença na cabeça da chapa é considerada agora de vital importância. Afinal, os garibaldinos estão numa guerra-de-foice devido a disposição do atual presidente Mario Cochieri em propor a fusão com o Santa Mônica Clube de Campo, conforme aqui registramos ( O Estado do Paraná, 1/2/87). Uma das arregimentadoras do grupo oposicionista é a empresária Ivonete Ceccom, filha de Orlando Ceccom (1914-1977), que dedicou mais de 30 anos de sua vida a sociedade, da qual foi presidente por mais de dez anos. Herdeira não só da Editora Lítero-Técnica, uma das mais tradicionais empresas gráficas do Estado, mas também do amor paterno pela Garibaldi, Ivonete recusou convites para candidatar-se a presidência da Garibaldi, insistindo que Trombini assuma este cargo. "Pelo prestígio e independência econômica, Sinibaldo é o homem certo para restaurar a Garibaldi, sem necessidade de fusões" argumenta Ivonete. xxx A convocação de uma assembléia geral para os 500 associados que restam da Garibaldi opinarem, plebiscitariamente, se aprovavam ou não a fusão, revoltou um grupo conservador. Afinal, a data da Assembléia não poderia ser a mais imprópria: a partir das 8 horas da manhã de 26 de dezembro último. Assim, a mesma foi suspensa judicialmente, devido a duas diferentes ações. Um grupo formado por Sinibaldo Trombini, Florentino Petreli, Mário Clavio Belotto e Ivonete Ceccom, contratou os advogados Guilherme Moreira Rodrigues e Eduardo Alberto Virmond para ajuizarem a questão junto a 18ª Vara Civil - tendo o juiz Onessimo Da Anunciação concedido a medida liminar. Já os associados Carlo Papagna e Giuseppe Lanzuolo - através da ação deste segundo, que é advogado, recorreu à 14ª Vara, cujo Juiz Sidnei Mora também concedeu a medida cautelar. Nas duas ações, os associados alegaram a ilegalidade da assembléia da possível fusão e que a mesma contraria os estatutos da Sociedade Garibaldi. xxx Com a briga dos garibaldinos indo para o judiciário muita roupa suja que deveria ser lavada internamente começa a aparecer. A própria diretoria atual, num documento distribuído por ocasião da frustrada assembléia ("Uma explicação necessária"), historia longamente as frustrações da Sociedade, que desde 1943, quando devido a entrada do Brasil na II Guerra Mundial, foi invadida e depredada, vem sofrendo perseguições e crises internas. Por duas décadas a Societá Giuseppe Garibaldi, fra italiani dimoranti nel Paraná esteve sem sede. No texto distribuído pela atual diretoria é reconhecido que "a sobrevivência da Sociedade e a reintegração na posse de sua sede, constituíram árduo trabalho dos senhores Mário Clavio Belloto e Alfredo Sant'Anna Ribeiro, além da resistência de um pequeno grupo de associados e da compreensão do governo Ney Braga, que construiu (em sua primeira administração) o Palácio da Justiça, propiciando a saída daquela Côrte (que havia se apossado do Palácio Garibaldi), de nossa sede e pondo côbro à injustiça daquela ocupação". Hoje, Sant'Anna e Belloto estão em campos contrários. Enquanto o primeiro - que presidiu a Sociedade entre 1943/1953, agora como presidente do conselho fiscal, apóia a fusão com o Santa Mônica, Belloto é contrário. Aliás, foi graças ao apoio que Sant'Anna deu ao engenheiro-agrônomo Mario Cochieri que este conseguiu sua apertadíssima vitória nas últimas eleições. Agora, consta que o próprio Sant'Anna Ribeiro seria o único nome do grupo situacionista com pretígio para enfrentar - e derrotar novamente - Sinibaldo Trombini nas próximas eleições.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
12/02/1987

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