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Aramis

Os gibis de Mao

Quem despreza os quadrinhos e, principalmente, as fotonovelas como forma de comunicação de massa, terá uma surpresa lendo "Los comics de Mao" (Editorial Gustavo Gili, SA, Barcelona, 285 páginas, 1976), onde três expertos mundiais em HQ, Gino Nebiolo, Jean Chesneaux e Umberto Eco, analisam as histórias em quadrinhos e as fotonovelas na China Continental, onde sua circulação atinge milhões de exemplares. xxx Gino Nebiolo, teórico italiano das Histórias em Quadrinhos, pesquisou demoradamente as publicações de HO e fotonovelas produzidas na China Continental e impressionou-se com as tiragens que atingem. Embora possa atribuir-se alguns desenhos do século XIV como precursores dos quadrinhos no Oriente, na verdade desenvolveram-se neste século e na década de 20 surgiram, em Shangai "comics" com histórias fantásticas e de humor, enquanto que na década seguinte, junto a famílias ricas das maiores cidades chegaram a circular traduções de revistas americanas (Flash Gordon, Mandrake, Fantasma, Pato Donald). Com a vitória da revolução comunista (1948), as histórias em quadrinhos passaram a ter, evidentemente, um cunho político - intensificado na década de 60, durante a chamada "revolução cultural". xxx "Los Comics de Mao" reproduz seis das histórias em quadrinhos que atingiram maior circulação (média de 30 milhões de exemplares), traduzidas em 1971 do chinês para o italiano e, agora, para o espanhol. Os desenhos foram mantidos integralmente, permitindo aos interessados observar o estilo dos artistas chineses, os planos adotados e a temática. A exemplo da primeira fase de Hal Foster ("O Príncipe Valente"), os quadrinhos chineses não utilizam a técnica da "balão", assim como as fotonovelas (como exemplo é apresentada "Le Feng"). Afora o estudo introdutório de Gino Nebiolo, a edição é enriquecida com os ensaios teóricos Jean Chesneaux ("Los comics chinos considerados como contracultura") e Umberto Eco, o mais famoso estudioso italiano dos fenômenos de comunicação de massas ("Apocalípticos e Integrados"), que encerra o volume como "Cautelosa aproximacion a outros códigos". Tratando-se de obra importada, eis o endereço do escritório do Editorial Gustavoli Gili, em São Paulo, para os eventuais interessados: Rua Augusta,974.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
03/02/1977

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