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Aramis

Pesquisa revela maior grupo de pintura rupestre no Sul

Pesquisadores do Museu Paranaense, após trabalho iniciado há quatro meses, revelam a descoberta do "maior conjunto de pinturas rupestres no Sul do Brasil", segundo a arqueóloga Cláudia Parellada, coordenadora da equipe. Ela diz que foram encontrados vestígios de ocupação que datam de cerca de quatro mil anos. A maior concentração de pinturas rupestres foi localizada no Morro Azul, a dez quilômetros da sede do município de Ventania, pequena cidade próxima a Piraí do Sul e Telêmaco Borba. "Existem no Estado muitos sítios relacionados aos Caingangues, mas que não se conservaram por estarem a céu aberto", explica. No Morro Azul, ao contrário, as condições para pesquisa são bastante favoráveis. Em 500 metros de extensão, o morro guarda uma série de cavernas e abrigos com enorme quantidade de vestígios arqueológicos. A maior delas tem cem metros de comprimento e cinqüenta de largura, com uma entrada de 15 metros de altura. Além disso, a parte habitada, voltada para o Leste, é completamente seca e ensolarada. Dos povos que habitaram o local, ficou grande quantidade de pinturas, provavelmente feitas com carvão e óxido de ferro e fixadas com óleos vegetais. São formas humanas e animais, possivelmente de povos caçadores, e figuras geométricas, atribuídas aos ancestrais dos Caingangues. Enquanto essas descobertas ainda estão em fase de pesquisa, sendo prematuro estimar-se idade e origem dos achados, sem confirmações laboratoriais e confrontações, o Museu Paranaense mostra como viviam os primeiros habitantes do Paraná na exposição "Pré-História dos Municípios de Sengés, Jaguariaíva e Cerro", aberta até o mês de outubro, reunindo artefatos de pedra, lâminas de machado polidas e lascadas, polidores, raspadores, material cerâmico reconstituído de urnas Guarani e vasilhames da Tradição Itararé. Também foi possível reunir exemplos da dieta alimentar dessas populações pré-históricas. Atualmente são conhecidos nove sítios arqueológicos em Sengés, oito em Cerro Azul e quatro em Jaguariaíva. Nesses locais, os pesquisadores do museu encontraram cavernas e abrigos com pinturas rupestres, representando o Sol e outras figuras geométricas, que estão sendo mostradas em painéis fotográficos.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
08/07/1992
muito legal saber tambem coisas que ate eu nao sabia.

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