Por mais leitos hospitalares
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 28 de setembro de 1976
Quando o prefeito Saul Raiz exigiu da Câmara a aprovação a toque-de-caixa de polêmica e ainda nebulosa (em suas consequências econômicas) lei do Zoneamento Urbano, o vereador Adhail Sprenguer Passos, como professor do curso de engenharia e homem preocupado com o futuro da cidade, foi um dos que esperneou. De nada valeram suas argumentações sobre a seriedade da lei e a necessidade da mesma ser analisada friamente, funcionou o rolo compressor e o projeto foi aprovado em regime de urgência.
Entretanto Adhail continua a estudar a lei, procurando o seus pontos discutíveis e, há algumas semanas, surpreendeu-se ao verificar que a mesma praticamente impediu que fossem construídas novos hospitais na cidade. Por isso, Adhail apresentou um projeto de lei - aprovado na sessão extraordinária de sexta-feira última - que disciplina a concessão para a construção de hospitais em Curitiba, que poderão ser instalados nas zonas residenciais.
Adhail documentou-se para defender o seu projeto: Curitiba é uma cidade carente de leitos hospitalares e ambulatórios especializados. Dentro da área da cidade, quase que totalmente povoada, com pouco mais de 876.300 habitantes, há em função apenas 4.783 leitos - um leito para cada 345 habitantes. Porém - explica Adhail - é necessário considerar que 2.297 leitos são para clínicas psiquiátricas; 372 para clínica tisológica, 300 para Hanseníase; cem pra cancerologia, totalizando 3.569 leitos especializados, restando em disponibilidade apenas 1.213 leitos, ou seja, um leito para cada 722 habitantes.
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