Praias, macumba & exploração
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de janeiro de 1977
Os fotógrafos e cinegrafistas (em super-8) que, na noite de 31 de dezembro, desejavam registrar os folclóricos rituais em homenagem a Iemanjá, na praia de Guaratuba, não tiveram necessidade de utilizarem flashes. Prova de que a macumba sofistica-se cada vez mais, num dos pontos da praia, exatamente diante do antigo hotel da Associação Prosdócimo, um liquinho oferecia extraordinária iluminação - contrastando inclusive com a bruxuleaste luz das velas tradicionais - no ritual dos umbandistas.
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Provavelmente o sr. Pedro Tocafundo, delegado regional da Sunab, declare que o seu organismo não tem competência para essa área. Infelizmente, a Associação de Defesa e Orientação do Consumidor, fundada há algumas semanas ainda engatinha para fazer qualquer coisa. E, com isso não há ninguém que possa tomar qualquer providência. Mas o que está ocorrendo nas praias do Paraná - e provavelmente também outros Estados, é um caso de polícia. Em termos de exploração do consumidor, a situação chegou ao ponto máximo. Uma simples bola de ping-pong, que não custa em Curitiba mais do que Cr$ 3,00 lá está sendo vendida a Cr$ 15,00 e até Cr$ 20,00. Na praça principal de Guaratuba, no Fliperama, freqüentado principalmente por crianças o proprietário vem escorchando os incautos que ali chegam, cobrando Cr$ 3,50 a ficha por uma única bola para qualquer das suas diversões eletrônicas.
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Nos restaurantes, nos bares e até mesmo nos postos de gasolina a exploração é geral. Parece que a mentalidade do comércio das praias é explorar ao máximo os incautos que pretendem passar suas férias em nossas praias.
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