Presença de Zezé
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 10 de junho de 1979
Como a amizade e a simpatia contem muito mais do que frias propostas financeiras, a cantora e atriz Zezé Motta, um dos grandes nomes revelados nacionalmente no dito "show-biz" tupiniquim nos últimos 4 anos, aceitou fazer nova temporada no Paiol, no final deste mês, motivada principalmente pela cordialidade com que foi recebida, no ano passado pela jornalista e atriz Tônica ( Antônia Eliana Chagas), diretora daquela casa. Depois de "Xica da Silva" e hoje com o apoio da poderosa WEA - pela qual acaba de sair o seu segundo (e excelente lp: "Negritude), a estrela de "Xica da Silva" poderia, tranqüilamente, lotar auditórios maiores, mas optou pelo acolhedor ambiente do Paiol. Na opinião de Silvio Lancelotti, de "Isto É", Zezé é "a maior estrela que a música deste pais já teve". Já Sérgio Cabral, que não é de distribuir elogios faceis, diz que "Zezé Motta foi uma extraordinária gentileza que o teatro fez a música popular brasileira não há menor dúvida". Enquanto Zezé não chega - sua temporada será de 29/6 a 1º/7 - é bom ouvir o seu novo disco, produção do violinista e compositor João de Aquilo, que reuniu um repertório que vai desde músicas novas, como "Ai de Mim" (John Neschling e Geraldo Carneiro, autores de "Rita Baiana", que foi também sucesso em sua voz) até uma homenagem ao divino Carlota, com a regravação de "Autonômia". Assumindo sua negritude, Zezé grita "Sou negra Rainha dos carnavais", em "Zezé Caiana", bela música que marca uma ilustre parceria (Rosinha de Valença/-Maria Bethânia).
FOTO LEGENDA- Zezé
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