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Aramis

Proença resgata memória musical.

ASSIM como Arthur Moreira Lima revalorizou a obra pianística de Ernesto Nazareth (1863-1934) e o violinista Turíbio Santos praticamente promoveu a redescoberta para o público do grande João Pernambuco ( João Teixeira Guimarães,1883-1947), cabe ao gaúcho Miguel Proença a revalorização de vários outros compositores brasileiros, divulgando suas obras pianísticas. Assim há três anos gravou um álbum triplo com as peças mais marcantes de Lorenzo Fernandez (1896-1948), que após uma edição independente teve lançamento comercial pela Polygram. A experiência animou a Proença a prosseguir neste trabalho, formando a Arsis Promoções Artísticas, hoje já com quatro produções lançadas - e mais algumas em fase de realização. Escolhido há menos de um mês para dirigir a Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro - onde já introduziu uma série de inovações, Proença nem por isto deixou de lado sua carreira artística, procurando conciliar o esquema administrativo com as tournées programadas. Assim, na segunda-feira, 13, dentro do l Circuito União de Seguros, este virtuose estará no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto, apresentando um programa que inclui obras de Chopin, Mussorgsky e dos autores gaúchos Natho Henn (1901-1958), J. Araújo Vianna (1871-1916) e Radamés Gnattali (Porto Alegre, 1906). Depois de ter gravado no ano passado um novo álbum triplo, desta vez com a obra do autor cearense Alberto Nepomuceno (1864-1920), Miguel Proença acaba de fazer, com patrocínio da Companhia União de Seguros Gerais, um belíssimo elepê com compositores gaúchos. Além dos três acima citados, Proença interpreta também temas de Luiz Cosme (1908-1965), Paulo Guedes (1916-1969), contribuindo para divulgar a obra destes autores. Em sua intensa atividade, Proença fez um elepê com a soprano Maria Lucia Godoy interpretando as Serestas de Villa-Lobos, e, mais recentemente, "Villa-Lobos - As Dezesseis Cirandas". xxx A exemplo de Robert Szidon (também gaúcho), Arnaldo Cohen ( que na última quinta-feira fez um ótimo concerto no Guaíra), Arthur Moreira Lima e João Carlos Martins, Miguel Proença é hoje um recitalista de prestígio internacional. Em 1983 esteve na União Soviética, onde participou de uma série de concertos do maior pianista vivo russo, Sviatoslav Richter e, numa atitude bem brasileira, tem percorrido todo o País em recitais ou como solista de grandes concertos de orquestras. Divulgador da obra de Villa-Lobos, esteve no ano passado em Bagdá. A oportunidade de ouvi-lo/vê-lo no auditório Bento Munhoz da Rocha Neto é especial - coincidindo com o lançamento deste seu novo disco, no qual resgata e divulga a obra de importantes ( e pouco conhecidos) compositores gaúchos. LEGENDA FOTO 1 - Miguel Proença, concerto segunda-feira no Teatro Guaíra.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
20
11/08/1984

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