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Aramis

As publicações para se valorizar o Nativismo

J. W. Corsini é daqueles brasileiros com "B" maiúsculo. Jornalista de muita vivência - inclusive internacional, tendo passado por diferentes redações ao longo de uma vida rica em experiências profissionais e humanas, é, especialmente, um apaixonado pela nossa cultura popular. O que o fez se tornar uma espécie de gaúcho honorário, divulgando de todas as maneiras o movimento nativista, integrando-se junto aos festivais que continuam a resistir naquele Estado e espalhando simpatia. Agora, Corsini está ajudando outro apaixonado pela nossa cultura popular, Oswaldo Faustino, a editar uma revista que tem tudo para dar certo, atingindo um público específico: "Moda & Viola", cujo primeiro número foi lançado há algumas semanas em noite de muita cantoria no Recanto Goiano, em São Paulo, e que já está nas bancas. xxx Em formato 14 x 20 centímetros, 50 páginas, excelente apresentação gráfica, "Moda & Viola" não tem pretensões teorizantes: é uma revista feita por jornalistas que amam a nossa música popular, especialmente a de origens rurais - embora há muito os limites entre o que se produz (e se consome) no Interior e nos centros urbanos tenham desaparecido. Afinal, há centenas de exemplos da absorção de valores vindos do Interior e o sucesso de uma telenovela como "Pantanal", promovendo compositores-intérpretes da dimensão de Almir Sater e Sérgio Reis (ambos focalizados neste primeiro número da revista) provam que, afinal, o Brasil está aprendendo a redescobrir o Brasil. A entrevista principal é dedicada a Moraes Sarmento e Inezita Barroso, que há 10 anos, todas as manhãs de domingo, apresentam na TV Cultura, o programa "Viola, Minha Viola". Valorizando os talentos gaúchos, o colorido miniposter é em homenagem a cantora Maria Luiza Benitez, de grande popularidade no Rio Grande do Sul. xxx Em Porto Alegre, há dois anos, Paulo de Freitas Mendonça, Salete Maria Marttje e Odilon Silvio Ramos, vêm editando o "Jornal do Nativismo", formato tablóide, 12 páginas. Cobrindo exaustivamente o movimento nativista, dando especial destaque aos compositores e intérpretes que são responsáveis pela movimentação artística do Estado, este jornal já obteve uma estabilidade em termos de órgão especializado. Há alguns anos, havia a revista "Targa", também voltada ao movimento nativista, mas devido ao alto custo de produção, seus editores foram obrigados a suspender sua edição. Já voltado mais à música urbana de Porto Alegre, mas sem esquecer o Nativismo - impossível de ser desassociado do movimento musical sulino - o "Jornal da Noite", de Danilo Ucha, circula ininterruptamente há 45 meses. Como Corsini, Ucha é também um profissional de vivência internacional - já tendo feito importantes coberturas na Europa e Extremo Oriente para a "Zero Hora", na qual também assina uma coluna sobre gastronomia e noite. De sólida formação literária - tem material para publicar vários livros, assim que se animar a ordenar seus arquivos - o estimado Ucha ampliou seu "Jornal da Noite" para cobrir também turismo e negócios, ampliando assim a circulação.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
07/07/1990

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