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Aramis

Quem do Paraná está no dicionário da política

Duas páginas e uma foto foi o espaço que o ex-governador Paulo Pimentel, 57 anos, mereceu dos editores do "Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro 1930/1983 ", cujo quarto e último volume finalmente acaba de ser lançado. Entre os 30 políticos paranaenses citados nesse último volume, Pimentel foi o que mereceu maior destaque. O longo verbete dedicado ao ex- governador do Paraná (1966-1971) e deputado federal (1979/83), hoje candidato do PDS à Prefeitura de Curitiba, sintetiza a vida pública, desse destacado homem público, mencionando, inclusive, as perseguições políticas que sofreu nos últimos anos. Ao longo das 994 páginas do volume que encerra o básico Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro, resultado de quase 10 anos de trabalho de uma equipe de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas/ Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (os três primeiros volumes foram lançados no início do ano), mais uma vez é pequena a presença de políticos paranaenses. No total, não passam de 30 verbetes dedicados aos políticos de nosso Estado que obtiveram projeção nacional, chegando à Câmara Federal, ao Senado ou a cargos executivos de primeiro e segundo escalão. xxx Coordenado por Isabel Beloch e Alzira Alves de Abreu, o "Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro" (Forense-Universitária/ Finep, Cr$ 1.200.000 a coleção, Cr$ 285.000 o quarto volume) constitui o mais completo quem é/ ou quem foi quem na vida pública brasileira. Além de milhares de verbetes pessoais, nas 3.591 páginas dos quatro volumes estão também textos que explicam, em linguagem sintática, as instituições, partidos políticos (todos que foram criados no Brasil, nos últimos 50 anos), planos de desenvolvimento, projetos, documentos de repercussão nacional, autarquias, associações e os históricos dos principais jornais do Brasil (mas aí uma falha lamentável, com omissão das publicações do Paraná). Nesse quarto volume, os poucos políticos do Paraná lembrados são, basicamente, os deputados federais, sejam os que já exerceram mandatos ou os que continuam em Brasília: Mário Braga Ramos, 64 anos (1963/1983); Rafael Resende, 69 anos (1955/1967); Cid Rosa (1905-1973 ), deputado federal no período 1967/71; Agostinho Rodrigues, 70 anos (1967/79); Sebastião Rodrigues, 48 anos, deputado federal desde 1975; Ênio Romagnolli, 57 anos (1967/71 ); Arthur Santos, 56 anos ( 1971/1975 ), e seu pai, Arthur dos Santos (1894-1972), que foi deputado federal em 1947/51, além de senador em 1951/55; Joaquim Santos Filho, 57 anos, deputado federal desde 1975; Reinhold Stephanes, 46 anos, deputado federal desde 1979; João Vargas de Oliveira, 77 anos em 1971/71; Túlio Vargas, 56 anos (1971/76, Expedito Zanotti, 55 anos ( 1975/79). Outros paranaenses que também são biografados no dicionário: desembargador Clotário Portugal ( 1881-1947 ); o interventor Manuel Ribas (1873-1946), que mereceu uma página e ilustração, através de caricatura; o governador José Richa (apenas 100 linhas); e o ex- governador Bento Munhoz da Rocha Neto (1905-1973), com justo destaque: foto e uma página e meia para sintetizar a vida pública desse paranaense, como parlamentar, governador e ministro da Agricultura no governo Café Filho, além de sua atividade intelectual. Já o verbete do ex-governador Pedro Viriato Parigot de Sousa (1916-1973) vem em poucas linhas, o mesmo acontecendo com o dedicado ao senador Gaspar Veloso, do qual não há sequer menção da morte ocorrida já há alguns anos. Mauricio Schulmann, engenheiro e hoje executivo do Bamerindus, como presidente do Banco Nacional de Habilitação (1974-1979), mereceu uma biografia maior do que outros políticos: 100 linhas. O ex-ministro e senador Amaury Silva, 61 anos, ganhou uma página, com ilustração. xxx De militares paranaenses, apenas três generais, de uma só família, são mencionados nesse quarto volume do Dicionário: Airton Pereira Tourinho (70 anos ); Luis Carlos Tourinho (72 anos), que, além de várias funções exercidas no Exército e na vida civil, é hoje o presidente do Instituto Histórico Geográfico e Etnográfico do Paraná; e Mário Tourinho (1871-1964), que foi interventor do Paraná entre 1930/31. xxx Interessante o verbete sobre Otavio da Silveira, médico, comunista, deputado federal em 1935/1937. Vilma Keller e Cesar Benjamin, que redigiram o texto, dedicam nada menos que uma página sobre a contribuição de Otávio da Silveira para a formação da Aliança Nacional Libertadora e nos principais eventos que, na década de 30, marcaram a história dessa "frente política contra o fascismo, o imperialismo e o latifúndio", com apoio de comunistas, socialistas, liberais, pequenos partidos e sindicatos de trabalhadores. Eleito deputado federal pelo Paraná em outubro de 1934, Otávio instalou consultório médico, em Curitiba, onde funcionou a seção paranaense da ANL. No verbete não há, entretanto, menção sobre o ano de nascimento e morte desse parlamentar e ativista político. xxx A revolta camponesa no Sudoeste do Paraná, ocorrida em 1957, mereceu um verbete de 80 linhas, redigido pelo sociólogo Rubens Murilo Leão Rego, londrinense, formado pela UFPr e há 20 anos professor universitário em São Paulo. xxx O quarto volume do Dicionário abre com uma página dirigida a Haroldo Leon Peres, 58 anos, deputado federal (1967/71) e governador do Paraná durante 9 meses, em 1971. O texto destaca o fato de que HLP renunciou devido a comprovada corrupção. xxx Os verbetes do Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro têm dimensões variáveis, conforme a importância de cada personagem ou assunto tratado. Em média, as figuras de maior projeção ocupam no máximo seis páginas. A única exceção é Getúlio Vargas, a quem se dedicou um espaço especial: nada menos que 68 páginas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
7
28/09/1985

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