Retrospectiva do cinema das alemãs
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 16 de abril de 1987
O Goethe é incansável. Nem bem terminou a a maratona do "Heimat", com quase 16 horas de projeção, e Vera Lúcia anuncia nova promoção a partir de terça-feira, uma retrospectiva de diretoras alemãs.
Entre filmes inéditos ou não, há obras que justificam a ida a Cinemateca do Museu Guido Viaro. Por exemplo, os dois primeiros filmes programados são de Jutta Bruckner, uma bela cineasta, quarentona, que aliás já passou por Curitiba a convite do Goethe. Na terça-feira, às 15 horas (horário incômodo, só para desocupados), será projetado "Faça O Certo Sem Temer A Ninguém", 1975, 65 minutos, que conta a história de uma mulher de sessenta anos, rememorando a própria vida da Alemanha entre 1922/75. À noite (20, 30 horas), "Anos De Fome Num País Rico", 1979, 114 minutos, com legendas em português. Aborda o relacionamento da menina Úrsula com seus pais, durante os anos de 1953/56, época do chamado "milagre econômico" alemão. Na quinta-feira, 22, às 15 horas, "O Poder Dos Homens É A Paciência Das Mulheres", de Cristina Perincioli, 1978. À noite, "Uma Personalidade Totalmente Reprimida", 1978, de Helke Sander. Na quinta-feira, às 15 horas, um filme excelente, já visto há 2 anos: "Não Me Venha Falar Em Destino", 1979, de Helga Reidemeister. A noite, "Sete Vidas Tem O Gato", 1968, de Ula Stockel, sobre cinco mulheres que querem romper com suas condições de dependência.
A retrospectiva se encerra na sexta-feira, 24, com "Gertrud Baer - uma vida pela igualdade dos direitos da mulher", 1977, e, a noite, com o melhor filme da mostra, "Alemanha, Pálida Mãe", 80, de Helma Sanders-Brahms. Mas sobre eles, falaremos com maior detalhes na próxima semana.
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