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Aramis

Rock, de muitas partes do mundo

O rock fez realmente a Terra se transformar na aldeia global. Hoje os grupos pop, cantando em inglês, ao som de muitos decibéis, integram multidões de jovens e surgem de todas as partes: da Suécia, Alemanha, Holanda, Polônia e até da Bulgária vêm as "conexões" roqueiras. Claro que a maioria ainda é do eixo Inglaterra-EUA. Por exemplo a The Family, uma das mais recentes bandas americanas, nasceu em Minneapolis, com origens num grupo local chamado The Time, que chegou a fazer três elepês. Quando The Time se separou, no ano passado, três de seus integrantes - o cantor e multi-instrumentista St. Paul, mais Jellyean Johnson (bateria) e Jerome Benton (percussão) decidiram formar o The Family. Mas antes de [aparecer] no filme "Purple Rain"; que lhe deu o Oscar de melhor trilha sonora para o ator-compositor Prince. Em torno desse trio reuniram-se outros jovens artistas como Susannah Melvoin, irmã gêmea de Wendey Melvoin, guitarrista do The Revolution (a banda que acompanha Prince) e que, como vocalista, chegou a gravar em elepês de Donna Summer e Quincy Jones. Outro que se uniu a The Family foi Eric Leeds, saxofonista, tecladista e arranjador. O grupo estréia no álbum que a WEA edita no Brasil, poucos meses após ter saído nos EUA, com oito faixas da pesada - uma delas, "The Screams of Passion", antecipada em single. Com o patrocínio de Prince (inclusive o selo é Paisley Park), The Familiy tem o marketing para faturar um público razoável. xxx CAMEO, grupo vocal-instrumental que já obteve seis discos de ouro, tem uma fórmula certa para agradar: a combinação ambiciosa de rythm & blues, pop, rap, funkl e reggae. Ou seja; uma geléia geral e das mas oportunistas daquilo que a garotada curte. Larry Blackmon, líder do grupo - com seu novo elepê ("Single Life", Polygram), lançado agora no Brasil diz: "Fundimos todo o tipo de som". Em "Single Life", 11º elepê do grupo, destacam-se canções como "Attack Me With Your Love" e a música título, com as presenças da vocalista Barbara Mitchell; do grupo high Energy, numa colher-de-chá na faixa "I'll Never Look For Love". INGWIE MALMSTEEN, 22 anos, sueco, guitarrista. Um nome estranhíssimo, mas que começa a ser registrado agora nas áreas da música pop. Influenciado por mestres como Hendrix, BB King, Jimmy Page, Jeff Back, há nove anos formava sua primeira banda e, logo depois, já fazia um trabalho mais profissional com o grupo Rising Force. Classificado como heavy metal progressivo", Ingwie já foi até comparado a um novo Van Helen. Já o MAI TAI, trio holandês formado pelas vocalistas Caroline, Jetty e Mildred vem da Holanda. O grupo apareceu com a música "History "y" que é o cavalo-de-batalha do primeiro elepê do grupo, que interpreta músicas dançantes e baladas românticas. Entre as surpresas deste trio vocal moderno está "Body and Soul", não o clássico tema dos anos 40, mas uma composição dos holandeses Eric van Tjin/Joachem Fluitsma, que além de fazerem os arranjos e a produção do Mai Tai, ainda são os autores de todas as faixas. Numa mistura de disco-mix com elepê normal, Dio em "Hungry To Heaven" (Polygram) gravou três faixas - uma em estúdio (que dá título ao lançamento) e duas ao vivo "Holly Diver" e "Rainbow in the Past"). Voz admirada em alguns círculos do heavy-rock, o vocalista Dio (ex-Elf, Rainbow e Black Sabbath) pretende agora, neste trabalho solo, antecipar o que fará em seu próximo elepê. Quem tiver ouvidos com tímpanos que resistam, ouvirá. Dentro da multiplicidade de opções para os curtidores da música pop que sofregamente buscam novidades, a mesma Polygram traz mais dois grupos: WARLOCK e o grupo holandês PICTURE, da Alemanha e Holanda respectivamente. Ambos produzindo rock da pesada, identificadas às correntes destes nervosos anos 80, com um público que não passa da faixa dos 20/25 anos. Outro grupo heavy metal, só que mais conhecido é o Scorpions, que em sua gigantesca excursão internacional entre 1984/85, incluiu uma apresentação no Rock In Rio, em janeiro último. Agora, um álbum duplo ("World Wide Live") documenta a tournê do grupo, formado por Klaus Meine, Rudolf Schenker, Mathias Jabs, Francis Buchilz e Hermann Rarebell. Para quem - curtiu o Rock In Rio e lamenta a inexistência de gravações ao vivo - que foram impossibilitadas devido a problemas contratuais dos artistas que ali estiveram -, este álbum duplo não deixa de representar uma compensação ao menos no que se refere ao som do Scorpions. Venenosos para quem têm ouvidos mais sensíveis ao heavy metal.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
37
10/11/1985

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