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Sean esréia como diretor e Alan analisa mundo feminino

Numa semana em que a atenção do público se volta a "JFK" - o que deverá garantir casas lotadas no Astor e Cinema I - acontecem mais duas estréias importantes. Substituindo ao vigoroso "Condenado por Suspeita", que lamentavelmente saiu de cartaz ontem do Ritz, embora estivesse com bom público, chega o elogiado "Unidos pelo Sangue" (The Indian Runner). Na direção estréia o ator Sean Penn, 31 anos, até agora mais famoso por ter sido o ex-marido da superstar Madonna que, furioso pelos chifres que levava, aplicava surras homéricas na explosiva cantriz. Entretanto, Sean, apesar do seu mau gênio, tem se revelado um excelente ator ("Caminhos Violentos", "Pecados de Guerra", "A Traição do Falcão", "Um Tiro de Misericórdia" etc). Neste "The Indian Runner", sobre dois irmãos de comportamentos diferentes, Sean Penn penetra numa visão da sociedade americana contemporânea - com reflexos familiares. Rodada em Omaha, com dois novos atores - David Morse e Viggo Mortensen - e dois veteranos - Dennis Hooper (que havia dirigido Penn em "As Cores da Violência", há 3 anos) e Charles Bronson, um filme que merece ser verificado. Em cartaz no Ritz. xxx Alan Rudolph, 13 longas-metragens, enaltecido pela crítica internacional desde sua estréia ("Welcome to L.A.", 1977) agora pode ser apreciado na tela ampla: "Pensamentos Mortais" (cine Plaza, 5 sessões). Em vídeo, já saíram alguns de seus enaltecidos filmes, inclusive o recente "The Moderns". Assistente de Robert Altmann - que produziu seus dois primeiros filmes ("Welcome..." e "Remember My Name", 78, este com a grande cantora negra Alberta Hunter, fazendo inclusive a trilha sonora editada no Brasil pela CBS), Rudolph desenvolve em "Mortal Thoughts", a partir de um roteiro de William Reilly/Claude Kerven, um estudo sobre as relações de duas mulheres - Joyce Urbanski (Glenne Headly, vinda do teatro, mas que fez pontas em "A Rosa Púrpura do Cairo" e "Dick Tracy") e Cynthia Kellogg (Demmi Moore, de "Ghost") e seus universos familiares. Sócia de um salão de beleza numa pequena cidade americana, Joyce é vítima da brutalidade de um marido machista, que acaba assassinado. A amizade entre duas mulheres, o machismo e o próprio comportamento social faz com que "Pensamentos Mortais" seja um filme para visão e reflexões - não sendo de se surpreender se existirem pontos de contatos com "Thelma & Louise" (que continua em exibição no Lido II). Rudolph sempre escolhe ótimos compositores para as trilhas sonoras de seus filmes e para "Mortal Thoughts" trouxe Mark Isham, de formação jazzística com aproximações pop.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
17
07/02/1992

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