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Simonal, a volta do Pilantra

Aos 34 anos, casado, pai de dois filhos - a sua mulher Teresa, está esperando o terceiro do casal, Wilson Simonal de Castro é um artista que conseguiu provar "mais a mim mesmo do que aos outros", que um cantor não precisa ter os seus discos nas paradas de sucesso, constantemente para poder sobreviver. Um ano e meio depois de haver gravado o seu último elepe, tendo restringindo as suas apresentações a clubes do Interior do Pais e curtas temporadas no Exterior, Simonal é ao contrário do que muitos pensam, "um homem tranqüilo, bastante consciente e lúcido, incapaz de se deixar levar por quaisquer outros fatos semelhantes aos acorridos comigo". O amadurecimento fundamental, na opinião de Simonal, foi o artístico. O fato de haver conseguido sobreviver durante tanto tempo sem gravar e se apresentar constantemente no Rio e São Paulo, modificou a sua opinião acerca da extensão do mercado artístico para o artista que consegue chegar ao ponto em que chegou Wilson Simonal. - Estava completamente ilidido, julgando que o mercado de trabalho para um artista famoso estava restrito as principais capitais, sem falar em Rio e São Paulo, confessa Simonal. É um grande engano. Tem cidade no Interior do Brasil em condições de oferecer mais do que muito clube granfino do Rio e São Paulo. Nessas andanças que fiz por aí, várias foram as vezes em que presidentes de clubes vieram me buscar em seus aviões particulares ou em automóveis último tipo, pouco encontrados nas ruas do Rio, São Paulo e demais cidades brasileiras. Reconhece, hoje, que antes dificultava ao máximo as intenções dessas cidades em assistir as suas apresentações. No momento em que começou a viajar constantemente, foi comprovando até onde havia se iludido, "me deixando levar por terceiros". Nem mesmo o fato de cobrar preço considerado alto pêlos clubes das grandes cidades, representou um obstáculo. Os contratos aconteceram na proporção de duas apresentações por semana, havendo ocasiões em que eram assinados contratos em cidades uma próxima da outra, com a intenção de impedir que "uma não ficasse sem assistir a apresentação que fazia na outra". Se hoje não está milionário, as razões são do conhecimento de todo mundo, pois os jornais não pouparam páginas para escrever o que Simonal classifica de "ocorrências policiais". - Um fato marcante e que vai representar muito na minha volta ao disco, será a mudança de gravadora, revela Simonal. Vinha encontrando algumas dificuldades para produzir os meus discos na gravadora anterior. E nem sempre saia o que eu desejava. Não quero dizer, com isso, que deixarei de ser um cantor que só gravará musicas de difícil aceitação pelo público. Não é isso que desejo. Quero e isso estou encontrando na PHONOGRAM, poder gravar músicas que sem deixarem de o seu lado comercial, tenham um pouco mais de consistência, um pouco mais de criatividade. Uma outra preocupação: a imagem. Reconhece Wilson Simonal que muitos ainda hoje, custam um pouco a aceitá-lo. Sabe quais são as razões. Inclusive, durante um certo período, andou transando um tipo que teve logo aceitação, pois se enquadrava dentro dos padrões que a sociedade gostaria que ele, Wilson Simonal, fosse. Se continua assim ou se altera, ele não sabe. Tudo vai depender do momento em que o seu disco, ao que estará ouvindo. - Não sou outro Simonal, acrescenta. Sou apenas Simonal mais amadurecido, mais curtido, que aprendeu numa escola onde os erros são duramente castigados. Não tenho ódio, raiva ou rancor. O que realmente desejo, é poder continuar minha carreira. E isso acredito que será possível na "Philips", onde venho encontrando todo o apoio possível. (De uma entrevista realizada pôr Tarlis Batista) LEGENDA FOTO 1- Simonal, uma nova chance.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música Popular
27
25/02/1973

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