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Aramis

Só o auditório do Centro ficou pronto para a sua inauguração

Novos auditórios para a cidade: após os 250 lugares do Palácio Avenida - que inaugurado na última terça-feira, teve neste final de semana sua primeira programação com a Orquestra de Câmara de Blumenau, a cidade recupera outro importante espaço: os 1.800 lugares do antigo Cine Vitória - agora Centro de Convenções de Curitiba. Fechado em 28 de janeiro de 1987, quando o prédio foi adquirido pela então Secretaria da Indústria e Comércio para integralizar o capital inicial da companhia de economia mista criada para construir o Centro de Convenções, a excelente sala de espetáculos, foi, inteligentemente preservada no projeto que os arquitetos Rafael Dely, Ricardo Pereira e Zenon Pesch (Abrão Assad se integraria posteriormente à equipe) desenvolveram. E graças ao fato de que pouco se mexeu na área existente, é que se tornou possível, agora, a toque de caixa, concluir ao menos uma parte do Centro para sua inauguração hoje à noite. Com uma área total de 8.600 metros quadrados, o Centro de Convenções está longe da conclusão. Mais de 50% da área ainda está em obras, inclusive toda a parte nova - que abrigará administração, hall de exposições, lojas, restaurantes, etc. Apesar disto, seu presidente, o hoteleiro Marco Antônio Fatuche - não teve dúvidas em assinar contratos para vários congressos acontecerem a partir de abril. xxx O auditório de 1.800 lugares poderá, no futuro, ser transformado em quatro espaços separados: três com 200 lugares e um de 1.200 - através de um sistema de painéis elétricos mas que não estão instalados. Em compensação, um teste de acústica mostrou que haverá boas condições para os convidados ouvirem as piadas e execuções ao piano do simpático Pedrinho Mattar, 54 anos - que com sua elegância em smokings coloridos, é uma espécie de Liberace (1919-1987) tupiniquim. Na programação de inauguração, bem que poderia também ter sido incluído um concerto com a Sinfônica do Paraná, mas dentro da economia de guerra que tem obrigado a empresa de economia mista a reduzir ao máximo as despesas, inúmeras sugestões foram abandonadas. O pior, entretanto, é que com recursos escassos, a obra teve que sofrer modificações de última hora. Que, prometem os responsáveis, serão corrigidos para não flagelar o projeto original - que previu uso de materiais diferentes e melhor acabamento externo. Nos últimos dias, muitos contratos foram apressados - inclusive com publicação em "Diário Oficial do Estado" - para que ao menos a parte a ser aberta ao público apresente um bom aspecto. O mais tradicional fornecedor de tapetes e revestimento da cidade, José Pedroso, venceu a concorrência para este serviço cobrando Cr$ 495,00 o metro quadrado - acrescido de Cr$ 240,00 por metro quadrado de mão-de-obra para colocação. Só uma das firmas contratadas para pinturas e acabamento receberá Cr$ 2.200.000,00, enquanto que a Fritz Niebel & Cia, uma das vencedoras na colocação de cortinas, leva um cheque de Cr$ 1.065.000,00. O Fornecimento de portas custará mais Cr$ 633.750,00 para a firma Celli, e a colocação das mesmas custará caro: pelo contrato assinado no dia 18 de fevereiro, a empreiteira Savitraz receberá aí nada menos que Cr$ 2.900,00 por unidade, fixada. A instalação e fornecimento de material para a central de gás custou Cr$ 815.000,00 - a serem pagos a Minasgás S/A. Dezenas de outros contratos, e valores menores, foram assinados com diferentes firmas ou mesmo profissionais autônomos para que, num exército de homens, a obra possa ficar pronta (parcialmente) a tempo, até na hora em que o governador Álvaro Dias ali chegar. LEGENDA FOTO - O Centro de Convenções no projeto de Rafael Dely. Na verdade, ainda falta muito para se chegar a esta bela imagem.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
10/03/1991

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