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Aramis

As solitárias 7 canções novas do Carnaval de 92

Com exceção dos sambas-de-enredo das escolas que no Rio de Janeiro conseguem, no grupo especial, gravações que atingem boa vendagem junto especialmente aos turistas - o Carnaval-92 apresenta apenas sete músicas feitas especialmente para [este] ano. Considerando-se uma média entre 200 a 300 marchinhas, sambas e marcha-ranchos que durante mais de 50 anos marcavam, a cada ano, a maior festa popular do Brasil, não deixa de ser uma prova definitiva de que em termos musicais o Carnaval está no último estágio da UTI sonora. Em 1929, nada menos que 130 composições disputavam a preferência dos foliões - numa época em que as gravações em frágeis 78 rpm demoravam para sair do Rio de Janeiro. Quatro anos depois chegavam a 150. Em 1933 passavam de 200, conforme levantamento do pesquisador Edigar de Alencar em seu básico "O Carnaval Carioca Através da Música"(Livraria Francisco Alves Editora, 1965). A escalada continuava: em 1940, eram 260 composições, número que cairia para 250 no ano seguinte, mas que voltaria a subir nos anos seguintes. Em 1962, houve um recorde: mais de 500 composições e Osvaldo Nunes com seu "Bafo de Onça" conseguia ser o mais popular - no carnaval que refletia, em marchinhas políticas, o principal fato do ano anterior: a renúncia do presidente Jânio Quadros (1917-1992), glosado em "Renunciei" (Nocera) e "A Minha Renúncia" (J. Maia), esta gravada pelo cômico Tutuca - que acaba de dividir com o paranaense Eron Vianna a gravação de "Pepino Rôxo" (ver comentário à parte nesta mesma página). Cuba - com as execuções sumárias - era ironizada na "Marcha do Paredão" (Armando Cavalcanti Kclecius Caldas).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
2
01/03/1992

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