Login do usuário

Aramis

Status dos Quadrinhos que terão sua Gibiteca

Desde que criaram "Ficção", há 4 anos, Cícero Sandrone, Fausto Cunha e Salim Miguel, vem se preocupando em diversificar as edições. Ao lado dos autores consagrados, esta excelente revista - no Paraná representada por Cláudio Lacerda - vem sendo uma janela para novos autores, e se mais escritores da terra não tem tido ali seus trabalhos editados é porque não procuram entregar os originais a Cláudio. Ao lado das edições normais, "Ficção também tem feitos números extras e agora dedica uma edição, em formato maior (60 páginas, Cr$ 40,00), aos quadrinhos brasileiros. Para uma forma de comunicação que durante anos era vista com restrições, críticas - e mesmo guerra por parte de pais e educadores, a ascensão que os "comics" atingiram não deixa de ser extraordinária: hoje há uma imensa bibliografia, de obras sérias e profundas, sobre os super-heróiis e seus autores, a ideologia dos quadrinhos etc. - não só de teóricos estrangeiros, mas de autores nacionais, entre os quais Moacyr Cirne, professor universitário no Rio de Janeiro, autor de 3 livros pela "Vozes" , de cuja revista é secretário-executivo e na qual já fez duas edições monográficas. (Os livros de Cyrne são "A Explosão Criativa dos Quadrinhos", "A Linguagem dos Quadrinhos" e "Para Ler os Quadrinhos"). A mesma Vozes editou "O Mundo dos Super-Heróis", em 2 edições, e duas teses: "História em Quadrinhos" de Zilda Augusta Anselmo e "Quadrinhos & Ideologia" de Luiz Felipe Baeta Neves: Agora, com a "Ficção", entregando a Fernando e Walter Hermano Lenine, a colaboração de um número especial aos quadrinhos brasileiros, está também homenageando a Adolfo Aizen, o pioneiro de sua industrialização no Brasil, presidente da Editora Brasil América (EBAL), e que, em 1934, lançava o primeiro número do "Suplemento Infantil", com um desenho de J. Carlos. Na edição inicial do "Suplemento Juvenil" (nº 15), Monteiro Filho desenhava a capa e a história em quadrinhos "Os Exploradores da Atlântida" ou "As Aventuras de Roberto Sorocaba". Santa Rosa, o grande pintor e cenógrafo brasileiro, também desenhou para a mesma revista. Em 44 anos, passaram pela Ebal mais de 300 jovens desenhistas - muitos hoje brilhando no Exterior, como André Le Blanc. Gutemberg Monteiro, Celso Barroso e Fernando Dias da Silva. Para "Edição Maravilhosa" - atualmente reeditada como "Clássicos Ilustrados", "Álbum Gigante", "Grandes Figuras do Brasil", etc.; prestam ou prestaram serviços desenhistas como Álvaro de Moya, Arnaldo de Jesus Amaral, Marcelo Monteiro, Wilson Portella, entre tantos outros. Assim, a edição de "Ficção Quadrinhos Brasileiros", se constitui em mais uma contribuição positiva para que se entenda melhor esta forma tão espontânea de comunicação - e que em breve terá, em Curitiba, uma primeira biblioteca especializada: a "Gibiteca", sugerida ao prefeito Jaime Lerner por um grupo de garotos, e cujo projeto já está sendo pensado por dois arquitetos que são, por coincidência, os maiores estudiosos de quadrinhos entre nós: Key Imaguire Jr. e Domingos Bongstabs. Uma idéia original, que dará à cidade mais um ponto de atração especial.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
5
20/05/1979

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br